Ela chegou a um ponto tão cansado de si, que não sabe mais reagir quando algo dentro dela resolve dar a ideia de sair da luta. Antes o seu lado emocional logo gritava: "Não! Não! É impossível viver sem essa luta. Apesar da luta deixar marcas doloridas após alguns golpes, é a luta que me faz cócegas e me faz enxergar cores que jamais conheceria sem ela. Tenho que lutar, é esse o preço". Mas agora, de tanto lhe falarem de um "lado racional", resolveu procurá-lo dentro de si, para tentar amenizar os efeitos da luta. E desde então, esse "lado racional" a tem torturado a cada segundo. Ele o tempo inteiro diz: "Você é uma estúpida! Luta por amor com algo que luta por apenas uma vida menos só!". Será que vale à pena?
Só o que ela queria, era uma trégua. Ou apenas que o outro lado a abraçasse e dissesse: "Chega! O que importa é que nada importa, só o fato de que prefiro lutar o tempo inteiro com você a andar no parque com qualquer outra pessoa. Prefiro lutar com você a passar mil dias com qualquer outra pessoa. Qualquer".
Mas as esperanças se foram. Seu coração não mais escuta essa trégua como algo possível, mas como algo fantasiado pelo tal "lado emocional". O "lado racional" tem dominado tanto, que agora ela não mais consegue imaginar que exista uma luta verdadeira, sabe? Uma em que ambos os lados preferem estar alí, lutando o tempo inteiro para manter um abraço seguro, um beijo doce e uma conversa sem fim.
E ela agora agradece. Agradece sinceramente por esse "lado racional" ter mostrado que tudo não passa de uma grande mentira. Que tudo isso é medo da solidão, camuflado atrás de um sentimento que nunca existiu.
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
Cadê?
Ela quer ser lida. Ela quer acreditar que nem tudo é de mentira. Ela quer alguém que, em dias como esse, diga: Notei que hoje você precisa de mim e eu estou aqui, pra qualquer coisa. Faz tempo que alguém não consegue ler o seu grande coração. Talvez por ser grande demais. Ou simplesmente por estar dando um coração grande demais à um que é acostumado com os pequenos. Talvez ela esteja insistindo naquilo que quer, mesmo sabendo que nunca a farão sentir como a estrela mais brilhante em uma noite de céu estrelado e nem a rosa mais bonita no meio de todas as outras.
Ela precisa de carinho. De um abraço onde nenhuma das partes deseja soltar. De um beijo na testa que doasse toda a ternura que seu coração tem pedido. Ela precisa de mãos desembaraçando os nós das pontas dos seus cabelos. Ela precisa de segurança. Ela precisa sentir-se segura em algum lugar. Precisa de um porto seguro e disponível.
Mas cadê?
Ela precisa de carinho. De um abraço onde nenhuma das partes deseja soltar. De um beijo na testa que doasse toda a ternura que seu coração tem pedido. Ela precisa de mãos desembaraçando os nós das pontas dos seus cabelos. Ela precisa de segurança. Ela precisa sentir-se segura em algum lugar. Precisa de um porto seguro e disponível.
Mas cadê?
terça-feira, 1 de novembro de 2011
-
Desperta a vontade de sair por aí, pescando borboletas e aprendendo a voar. Permitindo que o vento vá me levando para conhecer novos lugares, sabores, amores, encantos. Fazendo o coração ficar cheínho de tanta aventura e ir deixando pra trás cada segundo de rotina e preocupação. Pular no mar dos sonhos, como quem deita cansado na cama e acordar pronta a realizá-los, como quem se revigora ao abrir a janela e ver um novo lindo dia nascendo.
Desperta a vontade de sair por aí, sem destino. Conhecendo novas histórias e fazendo parte de pelo menos um inesquecível capítulo. Distribuindo pelos caminhos, o cheiro dos sonhos e do amor sem mentiras. Poder dizer, sem medo do erro, que amores realmente existem.
Acordar sem o peso de saber que o dia de hoje deverá ser tão automático quanto o de ontem. Acordar sabendo que hoje será diferente de todos os outros dias. Que hoje tudo será tão novo quanto foi o ontem. Acordar sabendo que hoje tudo será surpresa e que tudo será improviso.
Cada segundo é importante para um grande passo. E cada grande passo é importante para alcançar os sonhos guardados no nosso coração. Vivamos, pois os segundos não param de passar.
sábado, 17 de setembro de 2011
...
- SURPRESA!
É isso que o coração pede o tempo inteiro: um pouco de supresa.
Pede um pulsar diferente; uma descoberta; um novo plano; um sonho inédito; uma vitória que veio antes da hora; um outro coração abraçando-lhe com um olhar e um olhar abraçando-lhe com o coração.
O coração passa o dia inteiro assim, imaginando o quanto gostaria de surpresas. Passa o dia inteiro pensando nas surpresas que alegrariam o seu monótono dia. Pensa em flores, em amores avassaladores, em notícias que lhe trariam não só borboletas, mas flores no estômago.
Tenho um recado, coração.
Preciso lhe dizer que está matando as surpresas. Quando, de leve, espera tanto as tais surpresas, acaba vivendo daquilo que imagina. Quando as surpresas tentam lhe surpreender, você as ignora, como se já houvessem sido vividas.
É preciso deixar-se surpreender. É preciso deixar-se abraçar, sem pensar no depois. Sem esperar demais e sem não esperar nada, o que vir, será surpresa.
É isso que o coração pede o tempo inteiro: um pouco de supresa.
Pede um pulsar diferente; uma descoberta; um novo plano; um sonho inédito; uma vitória que veio antes da hora; um outro coração abraçando-lhe com um olhar e um olhar abraçando-lhe com o coração.
O coração passa o dia inteiro assim, imaginando o quanto gostaria de surpresas. Passa o dia inteiro pensando nas surpresas que alegrariam o seu monótono dia. Pensa em flores, em amores avassaladores, em notícias que lhe trariam não só borboletas, mas flores no estômago.
Tenho um recado, coração.
Preciso lhe dizer que está matando as surpresas. Quando, de leve, espera tanto as tais surpresas, acaba vivendo daquilo que imagina. Quando as surpresas tentam lhe surpreender, você as ignora, como se já houvessem sido vividas.
É preciso deixar-se surpreender. É preciso deixar-se abraçar, sem pensar no depois. Sem esperar demais e sem não esperar nada, o que vir, será surpresa.
sexta-feira, 22 de julho de 2011
Direito de resposta
Querido Gabriel, também tenho algumas coisinhas pra falar :)
Em primeiro lugar, devo repetir que você interpretou a frase de uma forma que eu não interpretei.
Tenho que dizer que concordo com o fato de que uma relação tem que levar consigo, a recíprocidade. Recíprocidade de sentimentos, de preocupação, etc. E partindo desse pressuposto, levo comigo, a ideia da frase do Caio.
Lá ele não diz pra você se fingir de indiferente. Dar as costas para pessoas que precisam de você somente para elas verem o quanto precisam de você quando precisam de alguém. Não é isso que interpretei da frase e, analisando o texto todo onde se encontra essa pequena frase, dá pra entender que esse realmente não é o sentido que ele gostaria de passar.
Creio eu, que a frase expressa essa necessidade de recíprocidade de sentimentos.
Imaginemos duas pessoas. É necessário que ambas guardem dentro de sí, um sentimento e uma vontade de ficarem juntas e junto com esse sentimento, as duas estarão disponíveis uma pra outra. E com isso, some a ideia de que alguém correrá atrás de alguém ou estará no pé desse alguém. Os dois estarão correndo juntos, disponíveis um pro outro.
Analisando mais ainda a frase, supõe-se que o tal alguém já havia corrido atrás mil vezes e o "alguém do outro lado" havia simplesmente ignorado tudo isso.
Enquanto isso, poderia existir uma pessoa no mundo que estivesse disposta a correr junto contigo, sem precisar que você corra demais e se canse. Talvez ele veja que é preciso que a tal recíprocidade esteja presente. Pra duas pressoas estarem felizes, é necessário isso.
É necessário ver que alguém não quer te perder. Ver que alguém vê o quanto você se esforça ao correr atrás, e corra atrás também pra mostrar o quanto o esforço é recíproco. Quando elas não fazem isso, só acabam reforçando a ideia de que amamos sózinhos e a de que corremos atrás de um alguém que, na verdade, quer que nós fiquemos parados.
É isso. Cada um tira um conceito próprio do que vê, do que lê e do que escuta. E isso não é motivo de pena!
Um Beijo :*
Em primeiro lugar, devo repetir que você interpretou a frase de uma forma que eu não interpretei.
Tenho que dizer que concordo com o fato de que uma relação tem que levar consigo, a recíprocidade. Recíprocidade de sentimentos, de preocupação, etc. E partindo desse pressuposto, levo comigo, a ideia da frase do Caio.
Lá ele não diz pra você se fingir de indiferente. Dar as costas para pessoas que precisam de você somente para elas verem o quanto precisam de você quando precisam de alguém. Não é isso que interpretei da frase e, analisando o texto todo onde se encontra essa pequena frase, dá pra entender que esse realmente não é o sentido que ele gostaria de passar.
Creio eu, que a frase expressa essa necessidade de recíprocidade de sentimentos.
Imaginemos duas pessoas. É necessário que ambas guardem dentro de sí, um sentimento e uma vontade de ficarem juntas e junto com esse sentimento, as duas estarão disponíveis uma pra outra. E com isso, some a ideia de que alguém correrá atrás de alguém ou estará no pé desse alguém. Os dois estarão correndo juntos, disponíveis um pro outro.
Analisando mais ainda a frase, supõe-se que o tal alguém já havia corrido atrás mil vezes e o "alguém do outro lado" havia simplesmente ignorado tudo isso.
Enquanto isso, poderia existir uma pessoa no mundo que estivesse disposta a correr junto contigo, sem precisar que você corra demais e se canse. Talvez ele veja que é preciso que a tal recíprocidade esteja presente. Pra duas pressoas estarem felizes, é necessário isso.
É necessário ver que alguém não quer te perder. Ver que alguém vê o quanto você se esforça ao correr atrás, e corra atrás também pra mostrar o quanto o esforço é recíproco. Quando elas não fazem isso, só acabam reforçando a ideia de que amamos sózinhos e a de que corremos atrás de um alguém que, na verdade, quer que nós fiquemos parados.
É isso. Cada um tira um conceito próprio do que vê, do que lê e do que escuta. E isso não é motivo de pena!
Um Beijo :*
sábado, 28 de maio de 2011
O "amor"
O "amor" não mais acredita. O "amor" não mais consegue viver.
O "amor" não abre mão. O "amor" magoa um coração.
O "amor" não vai atrás. O "amor" não tem mais o que dizer.
O "amor" não se entristece em perder.
O "amor" é orgulhoso. O "amor" está certo e ponto final.
O "amor" está ferido. O "amor" está fatiado. O "amor" está desapontado.
O "amor" não enxuga lágrimas, as derrama. O "amor" fala que quer pra sempre existir, mas pretende se matar aos poucos, para que tudo pareça um simples acidente.
O "amor" não é doce, é rude. O "amor" não é Amor, é mentira...
O "amor" não abre mão. O "amor" magoa um coração.
O "amor" não vai atrás. O "amor" não tem mais o que dizer.
O "amor" não se entristece em perder.
O "amor" é orgulhoso. O "amor" está certo e ponto final.
O "amor" está ferido. O "amor" está fatiado. O "amor" está desapontado.
O "amor" não enxuga lágrimas, as derrama. O "amor" fala que quer pra sempre existir, mas pretende se matar aos poucos, para que tudo pareça um simples acidente.
O "amor" não é doce, é rude. O "amor" não é Amor, é mentira...
quinta-feira, 5 de maio de 2011
E nesses dias em que teu coração mais precisa de um abraço para voltar a funcionar, todos os braços somem. Nesses dias em que a incompreensão te tira o sono, todos dormem. Nesses dias em que você não consegue enxergar mais nada, todos soltam suas mãos.
E você espera anciosamente por alguém que chegue e o ajude a secar as suas lágrimas. Espera por um mundo mais bonito amanhã. Espera por respostas que você tanto tem pedido. Espera que alguém se intesse pelo que sentes. Mas todos somem. Todos dormem.
E você quer passar horas voando por aí, sem norte. Horas longe desse afeto miserável que o mundo tem chamado de "amor". E onde estão os amores agora?
Preciso do Teu conforto. Preciso do Teu abraço. Porque só o Teu amor é verdadeiro.
E você espera anciosamente por alguém que chegue e o ajude a secar as suas lágrimas. Espera por um mundo mais bonito amanhã. Espera por respostas que você tanto tem pedido. Espera que alguém se intesse pelo que sentes. Mas todos somem. Todos dormem.
E você quer passar horas voando por aí, sem norte. Horas longe desse afeto miserável que o mundo tem chamado de "amor". E onde estão os amores agora?
Preciso do Teu conforto. Preciso do Teu abraço. Porque só o Teu amor é verdadeiro.
terça-feira, 19 de abril de 2011
Sei lá... As vezes vem uma vontade tão incontrolável de viver. Uma vontade de largar tudo e sair me aventurando por aí. Mas vem e logo tem que ser abafada, esquecida, deixada pra amanhã.
Mas o que fazer quando essa vontade incontrolável mora dentro de ti? Deixo-a abafada no meu interior? Mas acontece que sempre que faço-a adormecer, adormeço-me também. E não aguento. Não quero acordar na metade da vida e ver que passei todo o tempo adormecida, tentando abafar o meu grito por surpresas e novas sensações.
Não dá. A vontade tem pressa. Ela quer acordar hoje. Agora.
Mas o que fazer quando essa vontade incontrolável mora dentro de ti? Deixo-a abafada no meu interior? Mas acontece que sempre que faço-a adormecer, adormeço-me também. E não aguento. Não quero acordar na metade da vida e ver que passei todo o tempo adormecida, tentando abafar o meu grito por surpresas e novas sensações.
Não dá. A vontade tem pressa. Ela quer acordar hoje. Agora.
Laís - Por Guilherme Martins
Aquela personagem, quase que saída de um livro, não intrigava a absolutamente ninguém – exceto alguns poucos conhecidos. Quem a olhasse, prejulgá-la-ia como apenas mais uma adolescente patricinha-esforçada que talvez estude para o vestibular e tenha sonhos utópicos – justamente como deve ser. E provavelmente estão certos. Porém, como todo humano, facilmente entendível e muito mais complexo por si só, sua personalidade e anseios vão muito além.
Laís Stefâni, se prende muito mais ao seu mundo interno que ao externo. Tem sérios problemas com esteiras elétricas, sol e pessoas. Nos olhos, esconde o sonho de conhecer o mundo inteiro, cada lugar, respirando cada ar diferente. Talvez assim conheça o próprio mundo, aquele de que ela tanto escreve e que, por mais explorado que esteja, nunca lhe foi totalmente compreensível. “É necessário ter seu próprio mundo”, afirma Laís, “Cada um deveria formar seu mundo interior, de forma que os acontecimentos externos despertem uma interpretação própria vinda do seu mundo. As pessoas estão se apossando de outros mundos para torná-los seus”.
Sentada com as pernas em borboleta, com uma blusa e colete pretos, cabelo em vários tons de castanho, jeans escuro, sapatilha e batom vermelho, Laís escrevia. Um anel de prata com bordas douradas figurava em seu polegar direito. Às vezes, seu cabelo lhe pregava peças e balançava em uma dança com o vento, bem diante dos seus olhos. Ela, porém, escrevendo com sua caneta azul em um papel arrancado de um bloco qualquer, ignorava o cabelo que limitava sua visão. Mais raramente, de forma delicada pousava parte da franja atrás da orelha esquerda. Parecia tão confortável naquele banquinho circular de cimento que era como se fosse uma extensão dele. Uma formiga caminhava pelos seus pés sem que a incomodasse, ou sequer percebesse, até minutos depois em que a formiga a surpreende. “Ah, uma formiga!”, exclama com a maior naturalidade e calma do mundo. A formiga lhe traz lembranças de uma infância não muito distante, de quando ela brincava com insetos e animais. Por vezes, machucava um deles só para poder cuidar depois e libertá-lo para o mundo.
Laís sente a fúria desse planeta, bem como suas alegrias e amores. Pensando na primeira, ela quase se indigna. Uma fina linha de expressão em sua testa a faz pensar por um momento em como expor o que sentia, inutilmente. Seu maior sonho é saber expressar suas ideias, tal qual como pensa. Essa indignação se reflete na sua vida, nos seus pensamentos, nos seus atos. Cada manifestação de que participou era uma forma de descarregar sua raiva, acreditando que está participando de algo. A forma mais corriqueira de descarregar todo tipo de sentimento é através do blog que mantém desde agosto de 2009. “Desde que eu era muito pequena escrevia”, comenta, “sempre em ca-dernos, e não era sobre o doce que eu queria. Era sobre as coisas do mundo. Sobre os problemas, as tristezas, gente morrendo. Eu devia ter uns nove anos, não lembro bem. Mesmo meu gosto pela leitura foi muito natural, já era uma parte de mim”.
Até hoje, Laís lembra de um livro que a marcou: “Depois daquela viagem”, de Valéria Polizzi. O livro conta a história de uma menina que descobre ser portadora do vírus HIV. É um relato autobiográfico. Junto com a menina, Laís também descobria algo: o poder da palavra. “Esse foi um dos momentos que peguei mais ainda o gosto pela leitura”, conta.
Desde quando consegue se lembrar, Laís é apaixonada pelas palavras – tanto no papel de escritora como no de leitora. “Prefiro escrever do que ler. Na verdade, não é que eu prefira: é que o que descarrega o que eu sinto é a escrita”. Nesses quase dois anos que possui o blog, a escritora já postou mais de cem de seus textos. “Mesmo que ninguém leia, é uma forma de desabafar comigo mesma”, explica, “Eu escrevo sobre o mundo. Não o mundo de fora, o mundo de dentro. O meu mundo. Por isso os meus textos têm uma visão muito minha. As pessoas às vezes perguntam o que eu queria dizer, porque não entenderam muito bem, mas para mim tudo que escrevi é muito claro”.
Nessa busca do próprio ser, Laís percebe cada palavra que os outros pronunciam. Presta atenção em cada pronunciamento, como uma aluna aplicada, como que tentando achar naquelas palavras uma parte dela própria. A conversa flui porque a pessoa sente que ela sente o significado das coisas. E, como uma metamorfose ambulante, ela se adapta ao outro mundo roubando um pedacinho daquele para o seu próprio, em uma interpretação também própria. Os seus furtos nos outros mundos, o seu metamorfosear constante, faz com que ela tenha um mundo interno muito maior que qualquer externo possa ser, porque no final o seu será para sempre infinito e ininteligível, exceto para ela mesma. Ainda assim, teimando com seu interior, ela tenta dar um pouco daquele vasto mundo dela para todos, com textos que para ela são desabafos e para outros são revelações.
Na interpretação de cada um, Laís foge do próprio mundo sem deixar-se perceber. Doa um pedaço dobrado de mundo a cada um que um dia furtara, agregando muito mais do que a pessoa possa querer. Em cada um de seus textos, produz dezenas de sentimentos diferentes em cada um dos leitores.
Ela sabe o que quer, mas nem sempre sabe quem é. “Não me considero uma mulher, nem uma menina. É clichê eu falar isso, mas eu me considero um pouco de cada. Tenho uma parte menina, uma parte mulher, uma parte adolescente. É como se tivesse várias flores dentro de mim. Uma rosa, uma margarida, uma hortênsia. E não sou eu quem escolhe qual vai florescer. Em cada situação, uma floresce. Talvez eu seja uma flor exótica”.
CITAÇÕES
Futuro
“Tenho medo do futuro , medo de tudo aquilo que me é desconhecido e traz incertezas. Mas tenho medo e passou. Quando você tem medo simplesmente desiste?”
Cotidiano
“Eu sou uma pessoa que tem que ser reconquistada todos os dias. É como se a cada 24 horas zerasse a afinidade por uma pessoa. Não sei, é estranho.”
Mudar o próprio mundo
“Se eu visse algum motivo, eu mudaria. Mas se eu percebesse isso, visse algum sentido. Não por causa de outras pessoas”.
por Guilherme Martins
Laís Stefâni, se prende muito mais ao seu mundo interno que ao externo. Tem sérios problemas com esteiras elétricas, sol e pessoas. Nos olhos, esconde o sonho de conhecer o mundo inteiro, cada lugar, respirando cada ar diferente. Talvez assim conheça o próprio mundo, aquele de que ela tanto escreve e que, por mais explorado que esteja, nunca lhe foi totalmente compreensível. “É necessário ter seu próprio mundo”, afirma Laís, “Cada um deveria formar seu mundo interior, de forma que os acontecimentos externos despertem uma interpretação própria vinda do seu mundo. As pessoas estão se apossando de outros mundos para torná-los seus”.
Sentada com as pernas em borboleta, com uma blusa e colete pretos, cabelo em vários tons de castanho, jeans escuro, sapatilha e batom vermelho, Laís escrevia. Um anel de prata com bordas douradas figurava em seu polegar direito. Às vezes, seu cabelo lhe pregava peças e balançava em uma dança com o vento, bem diante dos seus olhos. Ela, porém, escrevendo com sua caneta azul em um papel arrancado de um bloco qualquer, ignorava o cabelo que limitava sua visão. Mais raramente, de forma delicada pousava parte da franja atrás da orelha esquerda. Parecia tão confortável naquele banquinho circular de cimento que era como se fosse uma extensão dele. Uma formiga caminhava pelos seus pés sem que a incomodasse, ou sequer percebesse, até minutos depois em que a formiga a surpreende. “Ah, uma formiga!”, exclama com a maior naturalidade e calma do mundo. A formiga lhe traz lembranças de uma infância não muito distante, de quando ela brincava com insetos e animais. Por vezes, machucava um deles só para poder cuidar depois e libertá-lo para o mundo.
Laís sente a fúria desse planeta, bem como suas alegrias e amores. Pensando na primeira, ela quase se indigna. Uma fina linha de expressão em sua testa a faz pensar por um momento em como expor o que sentia, inutilmente. Seu maior sonho é saber expressar suas ideias, tal qual como pensa. Essa indignação se reflete na sua vida, nos seus pensamentos, nos seus atos. Cada manifestação de que participou era uma forma de descarregar sua raiva, acreditando que está participando de algo. A forma mais corriqueira de descarregar todo tipo de sentimento é através do blog que mantém desde agosto de 2009. “Desde que eu era muito pequena escrevia”, comenta, “sempre em ca-dernos, e não era sobre o doce que eu queria. Era sobre as coisas do mundo. Sobre os problemas, as tristezas, gente morrendo. Eu devia ter uns nove anos, não lembro bem. Mesmo meu gosto pela leitura foi muito natural, já era uma parte de mim”.
Até hoje, Laís lembra de um livro que a marcou: “Depois daquela viagem”, de Valéria Polizzi. O livro conta a história de uma menina que descobre ser portadora do vírus HIV. É um relato autobiográfico. Junto com a menina, Laís também descobria algo: o poder da palavra. “Esse foi um dos momentos que peguei mais ainda o gosto pela leitura”, conta.
Desde quando consegue se lembrar, Laís é apaixonada pelas palavras – tanto no papel de escritora como no de leitora. “Prefiro escrever do que ler. Na verdade, não é que eu prefira: é que o que descarrega o que eu sinto é a escrita”. Nesses quase dois anos que possui o blog, a escritora já postou mais de cem de seus textos. “Mesmo que ninguém leia, é uma forma de desabafar comigo mesma”, explica, “Eu escrevo sobre o mundo. Não o mundo de fora, o mundo de dentro. O meu mundo. Por isso os meus textos têm uma visão muito minha. As pessoas às vezes perguntam o que eu queria dizer, porque não entenderam muito bem, mas para mim tudo que escrevi é muito claro”.
Nessa busca do próprio ser, Laís percebe cada palavra que os outros pronunciam. Presta atenção em cada pronunciamento, como uma aluna aplicada, como que tentando achar naquelas palavras uma parte dela própria. A conversa flui porque a pessoa sente que ela sente o significado das coisas. E, como uma metamorfose ambulante, ela se adapta ao outro mundo roubando um pedacinho daquele para o seu próprio, em uma interpretação também própria. Os seus furtos nos outros mundos, o seu metamorfosear constante, faz com que ela tenha um mundo interno muito maior que qualquer externo possa ser, porque no final o seu será para sempre infinito e ininteligível, exceto para ela mesma. Ainda assim, teimando com seu interior, ela tenta dar um pouco daquele vasto mundo dela para todos, com textos que para ela são desabafos e para outros são revelações.
Na interpretação de cada um, Laís foge do próprio mundo sem deixar-se perceber. Doa um pedaço dobrado de mundo a cada um que um dia furtara, agregando muito mais do que a pessoa possa querer. Em cada um de seus textos, produz dezenas de sentimentos diferentes em cada um dos leitores.
Ela sabe o que quer, mas nem sempre sabe quem é. “Não me considero uma mulher, nem uma menina. É clichê eu falar isso, mas eu me considero um pouco de cada. Tenho uma parte menina, uma parte mulher, uma parte adolescente. É como se tivesse várias flores dentro de mim. Uma rosa, uma margarida, uma hortênsia. E não sou eu quem escolhe qual vai florescer. Em cada situação, uma floresce. Talvez eu seja uma flor exótica”.
CITAÇÕES
Futuro
“Tenho medo do futuro , medo de tudo aquilo que me é desconhecido e traz incertezas. Mas tenho medo e passou. Quando você tem medo simplesmente desiste?”
Cotidiano
“Eu sou uma pessoa que tem que ser reconquistada todos os dias. É como se a cada 24 horas zerasse a afinidade por uma pessoa. Não sei, é estranho.”
Mudar o próprio mundo
“Se eu visse algum motivo, eu mudaria. Mas se eu percebesse isso, visse algum sentido. Não por causa de outras pessoas”.
por Guilherme Martins
domingo, 3 de abril de 2011
Sobre o amor/3
"- Não dá, a gente não vai dar certo. A gente não concorda em nada. Somos opostos em tudo. Vamos ver, qual é a sua cor preferida?
- Branco.
- Olha aí! A minha é vermelho, o oposto da sua!
- Ah, tá! Rsrs. E é sobre esse tipo de diferença que você diz? Agora as cores que decidem o nosso futuro?"
Mas nós demoramos a perceber, que quando amamos alguém, passamos a ter mais de uma cor preferida; Passamos a ter mais de um sonho; Passamos a nos preocupar com mais um coração; Passamos a ser tolereantes não só com os nossos defeitos; Passamos a pensar não só na nossa própria felicidade, mas na felicidade de outro alguém.
Demoramos a perceber que amor é exatamente estar disposto a responder: A minha cor preferida é branco e vermelho. Mesmo que uma delas seja preferida pelo simples fato de ser a preferida do seu alguém.
- Branco.
- Olha aí! A minha é vermelho, o oposto da sua!
- Ah, tá! Rsrs. E é sobre esse tipo de diferença que você diz? Agora as cores que decidem o nosso futuro?"
Mas nós demoramos a perceber, que quando amamos alguém, passamos a ter mais de uma cor preferida; Passamos a ter mais de um sonho; Passamos a nos preocupar com mais um coração; Passamos a ser tolereantes não só com os nossos defeitos; Passamos a pensar não só na nossa própria felicidade, mas na felicidade de outro alguém.
Demoramos a perceber que amor é exatamente estar disposto a responder: A minha cor preferida é branco e vermelho. Mesmo que uma delas seja preferida pelo simples fato de ser a preferida do seu alguém.
segunda-feira, 21 de março de 2011
Sobre o amor/2
"Quer dizer que você não queria estar aqui, porque queria estar com o seu amor? - disse o moço, em um tom de espertalhão.
A risada meio escondida e envergonhada, lá no fundo demonstrou que sim. Que ela realmente largaria todos os lugares e todos os planos pelo amor. Subiria em árvores; aprenderia a voar; deixaria por um ou mil dias aquilo que lhe fosse mais importante; não inventaria desculpas e justificativas quando o amor estivesse triste e precisando de ajuda; fugiria pro lugar mais alto e distante sem se importar com o resto; agiria mais do que fala; pescaria sorrisos; buscaria a estrela mais bonita e brilhante e faria de tudo para tê-lo sempre perto.
Ela, piscando levemente os olhos e colocando o cabelo suavemente por cima dos ombros, disse: ''Queria. É o único dia que tenho para vê-lo. Mas não posso. Tenho que estar aqui.''
Mas ele, com um jeito que levava a razão dentro dos olhos, disse: "Se o seu amor fosse realmente amor, ele estaria aqui com você, no lugar onde você tem que estar''.
A risada meio escondida e envergonhada, lá no fundo demonstrou que sim. Que ela realmente largaria todos os lugares e todos os planos pelo amor. Subiria em árvores; aprenderia a voar; deixaria por um ou mil dias aquilo que lhe fosse mais importante; não inventaria desculpas e justificativas quando o amor estivesse triste e precisando de ajuda; fugiria pro lugar mais alto e distante sem se importar com o resto; agiria mais do que fala; pescaria sorrisos; buscaria a estrela mais bonita e brilhante e faria de tudo para tê-lo sempre perto.
Ela, piscando levemente os olhos e colocando o cabelo suavemente por cima dos ombros, disse: ''Queria. É o único dia que tenho para vê-lo. Mas não posso. Tenho que estar aqui.''
Mas ele, com um jeito que levava a razão dentro dos olhos, disse: "Se o seu amor fosse realmente amor, ele estaria aqui com você, no lugar onde você tem que estar''.
sábado, 12 de março de 2011
O tempo
Dizem por aí, que ele é um jovem senhor, fugaz e imprevisível. Dizem que ele, quase invisível, passa tão depressa que ninguém jamais conseguiu vê-lo. Dizem que ele é mau e também dizem que é bom. Uns querem que ele passe depressa. Outros querem que ele demore tanto a passar, que tudo acaba demorando, menos ele. Dizem que ele tortura. Dizem que ele voa quando precisamos que ele ande como um velhinho, sem tanta pressa para chegar. E dizem que ele quase não anda, quando mais esperamos os seus passos corridos.
Temos que ser astutos também. Temos que aprender a não nos preocuparmos com esse jovem senhor. Temos que aprender a driblar e controlar a nossa vontade de acelerar ou pausar os momentos, os acontecimentos, as histórias, os beijos, os abraços, as gargalhadas e a vida.
A gente pode viver uma coisa de cada vez. Podemos saborear a vida, sem precisar perder o sabor de nada pelos caminhos. Mas se a gente quer acelerar demais, a gente começa a apenas engolir, sem sentir o gosto daquilo que comemos. E se pausamos demais, a gente para de descobrir a vida e isso é o fim. A gente passa a viver uma só coisa e não descobrimos nunca qual será a ultima cena.
Mas como sempre, eis aqui uma contraditória. Eis aqui, alguém que odeia teorias. Nada pessoal. É apenas alguém que nunca consegue ver a mesma facilidade das teorias, nas práticas. Portanto, peço eu, ao jovem senhor chamado tempo, que pegue mais leve comigo. Me dê o comando do jogo. Ou pelo menos, que me faça esquecer de sua existência.
Tempo, tempo. Vamos conversar ali fora? A gente pode tomar uma xícara de chá de calma pra ver se o tempo passa.
Temos que ser astutos também. Temos que aprender a não nos preocuparmos com esse jovem senhor. Temos que aprender a driblar e controlar a nossa vontade de acelerar ou pausar os momentos, os acontecimentos, as histórias, os beijos, os abraços, as gargalhadas e a vida.
A gente pode viver uma coisa de cada vez. Podemos saborear a vida, sem precisar perder o sabor de nada pelos caminhos. Mas se a gente quer acelerar demais, a gente começa a apenas engolir, sem sentir o gosto daquilo que comemos. E se pausamos demais, a gente para de descobrir a vida e isso é o fim. A gente passa a viver uma só coisa e não descobrimos nunca qual será a ultima cena.
Mas como sempre, eis aqui uma contraditória. Eis aqui, alguém que odeia teorias. Nada pessoal. É apenas alguém que nunca consegue ver a mesma facilidade das teorias, nas práticas. Portanto, peço eu, ao jovem senhor chamado tempo, que pegue mais leve comigo. Me dê o comando do jogo. Ou pelo menos, que me faça esquecer de sua existência.
Tempo, tempo. Vamos conversar ali fora? A gente pode tomar uma xícara de chá de calma pra ver se o tempo passa.
sábado, 5 de março de 2011
A Laís
"Mas você me lembra um gatinho, bem novo ainda.
Gosta de brincar, correr atrás de fios e linhas misteriosas.
Mas quando não quer mais, podem ter bilhões de fios que você não corre atrás.
Minha mãe costuma chamá-los de ariscos...
Já eu, só acho que eles conseguem respeitar suas vontades.
Assim como você!" - Henrique Leto
Gosta de brincar, correr atrás de fios e linhas misteriosas.
Mas quando não quer mais, podem ter bilhões de fios que você não corre atrás.
Minha mãe costuma chamá-los de ariscos...
Já eu, só acho que eles conseguem respeitar suas vontades.
Assim como você!" - Henrique Leto
quarta-feira, 2 de março de 2011
Ela
Ela acorda com todas as forças se despertando dentro dela. Todas como se fossem bombas prontas para explodirem, levando-a até o ponto mais alto e tranquilo que ela avistar. E todo aquele clima onírico parecia tão desafiador, que as forças se multiplicavam mais e mais. Como se começasse a fazer reservas de forças para viver os sonhos e não falhar na metade deles. Pra ser direta, ela já havia testemunhado muitos casos de sonhos "quase vivídos" e a última coisa que queria, era ser uma dessas testemunhas. Sempre foi de fazer planos e mais planos, criar expectativas e entrar nos sonhos por completo, mesmo acordada.
Mas acontece que ela precisa aprender a viver o hoje. Precisa aprender a digerir os sonhos com mais sensatez. Se o problema geral do mundo é não sonhar e achar os sonhos grandes demais pra ele, o dela é sonhar demais, se achar tão grande quanto os sonhos e querer abocanhá-los de uma só vez, sem dar tempo algum para o sonho se preparar para ser vivído e nunca mais ter sido apenas um sonho.
Ela descobriu a má relação que tem com o tempo. Descobriu a má relação que tem com essas regras de pode e não pode. Descobriu a má relação que tem com o que não é preenchido com uma gama de sentimentos e sensações. Descobriu a má relação que tem com as coisas que realmente não lhe agradam. Descobriu a má relação que tem com a frase: Você ainda não pode ser assim. Porque ela simplesmente pode.
Mas ela se vê, dentro de si, buscando controlar os próprios espinhos e pétalas. Tentando não misturar os próprios perfumes. Tentando viver um sonho de cada vez. Buscando o descobrimento de tudo aquilo que ela pensa conhecer.
Mas acontece que ela precisa aprender a viver o hoje. Precisa aprender a digerir os sonhos com mais sensatez. Se o problema geral do mundo é não sonhar e achar os sonhos grandes demais pra ele, o dela é sonhar demais, se achar tão grande quanto os sonhos e querer abocanhá-los de uma só vez, sem dar tempo algum para o sonho se preparar para ser vivído e nunca mais ter sido apenas um sonho.
Ela descobriu a má relação que tem com o tempo. Descobriu a má relação que tem com essas regras de pode e não pode. Descobriu a má relação que tem com o que não é preenchido com uma gama de sentimentos e sensações. Descobriu a má relação que tem com as coisas que realmente não lhe agradam. Descobriu a má relação que tem com a frase: Você ainda não pode ser assim. Porque ela simplesmente pode.
Mas ela se vê, dentro de si, buscando controlar os próprios espinhos e pétalas. Tentando não misturar os próprios perfumes. Tentando viver um sonho de cada vez. Buscando o descobrimento de tudo aquilo que ela pensa conhecer.
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
Sobre o amor/1
Adormeceu. Já não havia mais sentido para ficar tão acordada. Tão fixada naqueles olhos e naqueles braços tão aconchegantes. Correu e deitou-se ali. Deitou-se no abraço cor de mel com gosto de vermelho. E percebeu que já estava trocando tudo. Na verdade, só queria entrar em sintonia. Tocar no amor e sonhar por horas, sem interrupções. Sim, tocar no amor. Foi exatamente isso que eu disse. Ao longo de toda a nossa vida, sempre existem milhões de pessoas que insistem em dizer que o amor é abstrato, que não se explica, que não isso e não aquilo. Mas ela podia sim tocar o amor. E quando teve essa descoberta, quis adormecer nos braços do amor. Eram braços confortáveis, que faziam com que ela esquecesse tudo o que não derivasse do amor. Foi descobrindo o amor aos poucos. Foi deixando aquela proibição de explicar o amor de lado. O amor era engraçado, paciente, seguro, tranquilo, agradável, amigo, alto, olhos castanhos, forte e com um coração gigante. O amor era de carne e osso. Foi quando percebeu que existem mais de 6 bilhões de amores. Nenhum igual ao outro. Mas a gente pode tocar em cada um deles, com ternura, afeto e todo aquele sentimentalismo importante e nada bobo. O que não pode ser descrito no amor é o tamanho, é o limite, é a dimensão. Porque isso não existe pra ele.
domingo, 16 de janeiro de 2011
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
Live
Existe um mundo seu, fora de você. Ele te espera anciosamente. Tenta te mostrar todos os dias, motivos e melodias que despertem a sua vontade de sentir. A sua vontade de sentir o seu mundo alçar voos e descobrir as belezas que você sempre teve medo de descobrir. Você pode ver tudo de cima. E aí a sua vontade de descobrir vai aumentar mais e mais á medida em que você descobrir os tesouros da vida.
Existe um mundo seu, logo alí. Esperando que você corra cheio de vontade e o apanhe. Esperando que você deixe as desculpas e as justificativas de lado. A tristeza a gente mata. Os obstáculos a gente pula. Os medos a gente enfrenta. A vida a gente vive sem adiar para amanhã. Sei, é clichê. Mas amanhã a vida pode ter passado tão depressa, tão fugaz, tão amarga. E a gente? A gente vai ter visto tudo isso sentado, esperando que alguém viva por nós?
Eu quero amor. Eu quero aventuras. Eu quero descobertas. Eu quero ação. Eu quero é espalhar pro meu mundo inteiro, o quanto eu sou feliz. Feliz, feliz, feliz... Pela vida. A felicidade nasce dentro de nós e por sí só, aparece. Não gosta de ficar aprisionada. Logo se encarrega de estampar um sorriso tão sincero, que parece que o mundo inteiro consegue ler a nossa alma. Eu quero é ser lida. Enquanto eu viver, a felicidade será minha amiga e, inevitávelmente, serei lida.
Existe um mundo seu, logo alí. Esperando que você corra cheio de vontade e o apanhe. Esperando que você deixe as desculpas e as justificativas de lado. A tristeza a gente mata. Os obstáculos a gente pula. Os medos a gente enfrenta. A vida a gente vive sem adiar para amanhã. Sei, é clichê. Mas amanhã a vida pode ter passado tão depressa, tão fugaz, tão amarga. E a gente? A gente vai ter visto tudo isso sentado, esperando que alguém viva por nós?
Eu quero amor. Eu quero aventuras. Eu quero descobertas. Eu quero ação. Eu quero é espalhar pro meu mundo inteiro, o quanto eu sou feliz. Feliz, feliz, feliz... Pela vida. A felicidade nasce dentro de nós e por sí só, aparece. Não gosta de ficar aprisionada. Logo se encarrega de estampar um sorriso tão sincero, que parece que o mundo inteiro consegue ler a nossa alma. Eu quero é ser lida. Enquanto eu viver, a felicidade será minha amiga e, inevitávelmente, serei lida.
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
Para você
Talvez agora eu saiba, amor. Talvez agora eu saiba o motivo de eu sempre me pegar esperando algo desconhecido. Algo sem nome, forma, sentido, palavras e sinais. Mas eu esperava. Esperava com sede e com um sentimento de cuidado e duçura, que parecia estar a ponto de receber um passarinho que acabara de machucar as asas. E aqui dentro, preparado há muito tempo, existia um ninho fofo e acolhedor, com uma vontade imensa de cuidado, que parecia não ter espaço para mais nada além dessa espera desconhecida.
Havia me cansado da espera, confesso. Me cansei tanto, que resolvi ir caminhando, sentindo o conforto do ninho e o alimentando com todos os sentimentos e coisas boas que via ao longo da caminhada, mas sem esperar mais nada. Comecei a roubar os sorrisos depois de aproveitados; os beijos apaixonados; os abraços tão bem encaixados; o entrelaçar de duas mãos que se beijavam tão apaixonadamente; o olhar sereno de quem queria ajudar, mas não sabia como o fazer; e as mordidas na palma das mãos, que sempre provocavam uma risada gostosa.
Roubei mesmo. Roubei até borboletas e flores. E junto com elas, vieram cores de céu, grama, beterraba, cenoura, morangos e de noite com pingados de estrelas.
Houve um tempo, em que parei de piscar. Não estava louca. Ou estava loucamente apaixonada por aquele que esperava tão fugazmente. Parei de piscar, porque tive medo de não conseguir fotografar com os meus olhos, o momento exato da chegada, do abraço e do laço sem volta. Depois, desisti. Fui aprendendo a acalentar o ninho. A driblar a espera. A cuidar e amar o invisível.
Isso. Amava o invisível. Não tinha ideia do que era. Mas amava.
Foi então, amor, que eu, em um desses "fechar de olhos", o reconheci. Sim. O reconheci. Porque o ninho não conseguiu controlar a vontade que teve de puxá-lo para ele. Mal sabia o que dizer. Por isso, preferi não dizer. Fiquei em silêncio, pensando na melhor forma de lhe oferecer o ninho e fazer com que você entendesse que ele já era seu. Mas parece que você já sabia. Me fale agora, como você já sabia? Como?
Lhe ofereço os bens que roubei pelos caminhos. Lhe ofereço o cuidado que guardei. Lhe ofereço a doçura de um amor sem medidas. Lhe ofereço o céu que te olhas de mansinho e as estrelas que dormem na palma de minhas mãos. Lhe ofereço meu sorriso terno e meu sopro quente. Lhe ofereço meu amor, meu amor.
Ps: Tava enjoada da cara e das cores do meu blog e resolvi mudar. Então, preciso agradecer o Jeft lindo, por ter me ajudado, haha. E por ter feito a árvore de borboletas mais linda do mundo. ;D
Havia me cansado da espera, confesso. Me cansei tanto, que resolvi ir caminhando, sentindo o conforto do ninho e o alimentando com todos os sentimentos e coisas boas que via ao longo da caminhada, mas sem esperar mais nada. Comecei a roubar os sorrisos depois de aproveitados; os beijos apaixonados; os abraços tão bem encaixados; o entrelaçar de duas mãos que se beijavam tão apaixonadamente; o olhar sereno de quem queria ajudar, mas não sabia como o fazer; e as mordidas na palma das mãos, que sempre provocavam uma risada gostosa.
Roubei mesmo. Roubei até borboletas e flores. E junto com elas, vieram cores de céu, grama, beterraba, cenoura, morangos e de noite com pingados de estrelas.
Houve um tempo, em que parei de piscar. Não estava louca. Ou estava loucamente apaixonada por aquele que esperava tão fugazmente. Parei de piscar, porque tive medo de não conseguir fotografar com os meus olhos, o momento exato da chegada, do abraço e do laço sem volta. Depois, desisti. Fui aprendendo a acalentar o ninho. A driblar a espera. A cuidar e amar o invisível.
Isso. Amava o invisível. Não tinha ideia do que era. Mas amava.
Foi então, amor, que eu, em um desses "fechar de olhos", o reconheci. Sim. O reconheci. Porque o ninho não conseguiu controlar a vontade que teve de puxá-lo para ele. Mal sabia o que dizer. Por isso, preferi não dizer. Fiquei em silêncio, pensando na melhor forma de lhe oferecer o ninho e fazer com que você entendesse que ele já era seu. Mas parece que você já sabia. Me fale agora, como você já sabia? Como?
Lhe ofereço os bens que roubei pelos caminhos. Lhe ofereço o cuidado que guardei. Lhe ofereço a doçura de um amor sem medidas. Lhe ofereço o céu que te olhas de mansinho e as estrelas que dormem na palma de minhas mãos. Lhe ofereço meu sorriso terno e meu sopro quente. Lhe ofereço meu amor, meu amor.
Ps: Tava enjoada da cara e das cores do meu blog e resolvi mudar. Então, preciso agradecer o Jeft lindo, por ter me ajudado, haha. E por ter feito a árvore de borboletas mais linda do mundo. ;D
domingo, 2 de janeiro de 2011
Você
Ao meu querido você, que me tens guardada no coração.
Preciso lhe dizer algo. Algo talvez tão complicado, que tenho perdido as esperanças de um dia entender. Preciso falar de mim, você. Preciso lhe dizer um pouco do que me aperta o coração.
Primeiro, gostaria de pedir um favor. Um favor que não exige que saia do seu lugar e nem que gaste a sua voz e sola de sapato. Só peço para que não acredite em mim. É. Quando me perguntar se estou bem, eu demorar mais de 5 segundos na resposta e depois responder baixinho, é mentira. E peço para que nessa hora, você não sorria dizendo o quanto é bom eu estar tão bem.
Quando eu for um tanto "estátua", for surpreendida te olhando escondido e esticar os lábios sem mostrar os dentes, é porque me tens longe, longe, bem longe. Tão longe que seria incapaz de dizer alto a cor dos olhos que havia acabado de fitar.
Preciso lhe pedir cuidado. O perfeito nunca é perfeito pra mim. As pessoas geralmente se acomodam enquanto me incomodo escondido. Se importam quando querem, dizem o que convém, chamam para conversar quando não há "nada de mais importante para fazer", dão os mesmos presentes usados com outras pessoas e não, não estão aqui, adivinhando os dias chuvosos.
Preciso lhe dizer que, eis aqui, aquela que deves conquistar todos os dias. Sim. Peço para que mires os teus pequenos atos e as minhas reações á eles. E amanhã, peço para que faça diferente.
Tens aqui, um coração complicado. Um coração que odeia a indiferença. Um coração que pede para se sentir único, no meio de todos os outros corações.
Preciso lhe dizer, que precisas fazer com que meu coração se sinta o único da cor da sua cor preferida, no meio de todos os outros. Faz a diferença, o que consegue entender um pouco desse eu, você. É como se a compreenção fosse a corda para juntar o eu no você, e formar o/s nós.
Preciso lhe dizer algo. Algo talvez tão complicado, que tenho perdido as esperanças de um dia entender. Preciso falar de mim, você. Preciso lhe dizer um pouco do que me aperta o coração.
Primeiro, gostaria de pedir um favor. Um favor que não exige que saia do seu lugar e nem que gaste a sua voz e sola de sapato. Só peço para que não acredite em mim. É. Quando me perguntar se estou bem, eu demorar mais de 5 segundos na resposta e depois responder baixinho, é mentira. E peço para que nessa hora, você não sorria dizendo o quanto é bom eu estar tão bem.
Quando eu for um tanto "estátua", for surpreendida te olhando escondido e esticar os lábios sem mostrar os dentes, é porque me tens longe, longe, bem longe. Tão longe que seria incapaz de dizer alto a cor dos olhos que havia acabado de fitar.
Preciso lhe pedir cuidado. O perfeito nunca é perfeito pra mim. As pessoas geralmente se acomodam enquanto me incomodo escondido. Se importam quando querem, dizem o que convém, chamam para conversar quando não há "nada de mais importante para fazer", dão os mesmos presentes usados com outras pessoas e não, não estão aqui, adivinhando os dias chuvosos.
Preciso lhe dizer que, eis aqui, aquela que deves conquistar todos os dias. Sim. Peço para que mires os teus pequenos atos e as minhas reações á eles. E amanhã, peço para que faça diferente.
Tens aqui, um coração complicado. Um coração que odeia a indiferença. Um coração que pede para se sentir único, no meio de todos os outros corações.
Preciso lhe dizer, que precisas fazer com que meu coração se sinta o único da cor da sua cor preferida, no meio de todos os outros. Faz a diferença, o que consegue entender um pouco desse eu, você. É como se a compreenção fosse a corda para juntar o eu no você, e formar o/s nós.
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