sábado, 17 de abril de 2010

Céu.


Sim. Hoje passei muito tempo olhando para o céu. Algo não me deixou dormir, sem olhá-lo. Talvez ele me lembre muito, aquilo que eu seria incapaz de esquecer, e aquilo que eu tenho lembrado todos os dias durante grande parte dos meus 1440 minutos.
Fazia muito tempo que eu não parava pra admirar a simplicidade de uma das coisas mais incríveis do meu universo. Antes de olhá-lo, o imaginei. Imaginei uma imensidão com várias tonalidades de azul. E nada mais.
Foi quando fui para o banquinho de madeira que ficava bem distante de tudo, e que trazia a ilusão de que estava um pouco mais perto do céu, solitário no meio de muitas árvores que hoje haviam perdido o movimento de todas as suas folhas. Elas pareciam tão quietinhas e tão sózinhas, no meio de tantas outras árvores. O vento hoje havia se escondido atrás das nuvens, ou simplesmente não queriam balançar o meu cabelo, o meu vestido e as folhas que eu segurava, como de costume.
Sentei, olhei pro céu e fiquei encantada quando vi uma nuvem toda iluminada. Branquinha como algodão, tentando esconder de mim, que eu estava em um dia ensolarado.
Mais longe um pouco, avistei um pássaro, que com sutis movimentos nas asas, conseguia flutuar por entre os ares, que até pareceu leve e cheio de sorrisos, hoje.
Foi quando me veio o silêncio. Percebi que talvez não fosse tão normal, uma menina, sentada em um banquinho no meio do nada, olhando durante horas, pra algo tão "normal". Ignorei esse fato, e senti que haviam muitas árvores me olhando. Gigantes, extremamente verdes e muuuito vivas. E havia uma única, lá longe, que o vento havia presenteado com alguns movimentos que nenhuma outra árvore podia fazer. E ao lado de todas elas, haviam algumas flores coloridas que eram como as "protegidas" de todo aquele bosque. Tão pequenas, tão intactas, tão alheias. Tão alheias a minha presença, que pra elas não foi nem um pouco notória.
Tantas coisas lindas ali, juntas. Foi quando me veio a vontade de mandar uma mensagem, através do céu, para alguém que me "fez" olhar o céu hoje. Mas, tinham tantas palavras dentro de mim, que elas inventaram de sair na mesma hora, e ficaram disputando um espaço no céu. No começo sairam coisas aleatórias e secas. Ainda tenho medo de ser tão doce quanto quero, e acabar sendo enjoativa como todos os outros doces, que nos deixam com sede de água e não com sede de mais doces. Você, encantar, gostar, incrivel, feliz, seu coração, acelerar, meu coração, sempre, vontade, vê-lo. Sairam coisas assim, com sentidos individuais. E então, me veio a frase de um filme na cabeça. Algo tipo: "Porque todos os dias quando acordo, a primeira coisa que procuro e quero ver é o seu rosto". E ouvir a sua voz, e sentir a sua presença. Mesmo que seja de longe. Mesmo que a sua voz esteja falando coisas que não tenham nada a ver comigo, ou que a sua presença não tenha nenhuma ligação com a minha presença. Não sei escrever essas coisas no céu. E demorei muito pra conseguir escrever aqui, hoje. E você pra mim, durante um certo tempo(até hoje?) foi tipo o céu, que se tem tantas coisas pra descobrir, mas que esteve tão longe. Tão longe. Mas que é tão lindo. Não apenas por ser azul e íncrivel, mas por ser encantador, quando ninguém mais é. E por isso meu coração insistente, fica tentando dar pulos maiores do que pode, pra alcançar esse "céu". Não sei explicar. Não sei explicar. Quando o assunto é o "céu", não consigo explicar muita coisa. Parece que tudo o que eu quero explicar, fica preso dentro de mim. E fica com medo de sair. Medo de ser perder aqui fora. Medo de ser inútil como quaisquer outras explicações normais.
Sim. O céu e tudo o que vi hoje, traz a mesma sensação de quando estou perto de você, sem mais nada disso que todos chamam de encantador no resto do universo. Quando estou simplesmente perto. O resto passa a ser normal. E eu encontro outro fato incrivel pro meu universo.


Isso. Acho que já falei demais por hoje.