domingo, 30 de maio de 2010

Esse alguém, precisa sentir algo hoje.

Chega de tanta alegria mascarada. Por trás desse sorriso, sempre houve um palhaço desmoronado. Sempre houve um castelo, que nunca conseguiu se sentir um castelo. E de repente, vinha um sorriso alucinante, para tentar dizer que o mundo é perfeito e que era lindo assistir o mesmo filme, todos os dias. Mas não era! Era cansativo acordar, e pensar na mesma cena, que perdera a graça a tanto tempo, exatamente por já ser tão previsível e monótona. Era esse sorriso alucinante, que mentia. Mentia até pra si mesmo. Mentia tentando não se sentir tão pouco, ao lado de tantos sorrisos que pareciam ser de verdade. Mas não eram. Não eram sinceros também. Aliás...Se sentia uma mentira, por não saber ainda, o que é, ao certo, ser de verdade. Fez-se acreditar que nasceu, de mentira. Esse sorriso fora uma mentira inventada. Inventada por algo, que sempre o achou tão bonito e sutil. Que sempre o achou tão colorido e cheio de movimentos, como as propagandas dos HIPERMERCADOS que passam na tv. As verduras nunca pareceram tão coloridas e tão frescas, quanto nessas propagandas. Mas, o sorriso fora inventado. Inventado por quem o desejava tanto, e teve que desenhá-lo, para fingir que ele existia mesmo. Acontece que quem o inventou, esqueceu de desenhá-lo por dentro. Ou talvez, quem o inventou, não soubesse desenhá-lo nessa dimensão. Talvez quem o inventou, tenha esquecido que esse sorriso, estava sendo desenhado em um alguém, que questionasse cada milimetro de matéria, que fosse desconhecida. Talvez quem o inventou, não soubesse que esse alguém, é mais complicado do que qualquer outro ser. Que esse alguém, é tantos em um só. Que esse alguém, tem um mundo isolado dentro de si e que não permite que ninguém o conheça, se não for convidado. Que esse alguém, não se contenta com o minimo dos afetos. Que esse alguém, precisa ser alimentado com a reciprocidade, e se não, esse alguém não quer. Quem o inventou, não sabia que esse alguém, não se contentava com a máscara das gargalhadas. Esse alguém precisa é de outro filme, de outra música, de outro amanhecer, de outro caminho e de outro ar. Esse alguém precisa de uma nova cama, de um novo céu, de novos ingredientes e de novos desejos. Esse alguém precisa de surpresas, de novas falas, de novas formas de dizer o que se quer, de novos livros e de novas sensações. Esse alguém precisa sentir. Precisa sentir. Precisa sentir. Esse alguém precisa sentir que pode sentir algo hoje. E aonde é o hoje?