É que nessa menina, minuscula e imperceptível, existe um coração que mal cabe em sua forma. Que mal consegue seguir o ritmo que lhe deram para pulsar. Existe um coração, cujo único sofrimento, é não poder sair por ai abraçando todas as cores que lhe atrair. Se desprender de um corpo, que nunca teve sentimentos e muitos menos reações. Se desprender de um corpo, que corre tanto pelos labirintos das incertezas e da falta de respiração, só pra chegar cansado no ponto de onde partiu.
É um coração imenso. Uma imensidão de defeitos e de falta de virtudes importantes para uma convivência sensata com outros corações. Mas, o coração dessa menina tem bondade, garanto! Tem horas quietinhas e bem silenciosas. Horas de sumiço e de inquietações. Tem as horas insanas e as horas com ausência de um humor risonho e escandaloso, aquele único que a maioria das pessoas um dia, pensaram ser o humor que prevalece na menina. Tem as horas dos gritos e das ironias. Tem os momentos molhados e de canto da vida...Aqueles em que se esconde no final de um enorme salão, em busca de uma solidão que nunca encontra, mas esperando vir alguém, para lhe dizer que existe sim um canto no mundo, que fora desenhado exclusivamente para ti.
É. Sem esconder a ácidez da minha voz e dos meus sentimentos...Sem esconder os dias em que prefiro uma escuridão nunca vista, e um sono profundo, para colocar a minha cabeça no travesseiro e só acordar quando as flores e as estrelas significarem "vida", pra mim. Sem esconder o meu "eu"...Digo: apesar do erros e dos humores mutáveis, o coração que em mim habita, sofre de uma mania: a verdade e a vontade de ajudar no batimento de outros corações.
quinta-feira, 17 de junho de 2010
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