terça-feira, 16 de março de 2010


Afugentou-se por trás de uma timidez interna. Por dentro, tudo se mexia. Era uma eufuria só(e sózinha, no meio de tantas outras sensações). Era uma alegria, com doses de medo e de incertezas. Tudo ardía, misturado com uma vontade enorme de impressionar. Mas tudo que tentava fazer, acabava sendo mais menina ou menos menina do que a "apenas" menina.
- ATENÇÃO! ATENÇÃO! Mais uma vez, algo estranho está acontecendo em nosso planeta. O coração está mais acelerado, as mãos estão se mexendo aleatóriamente e as pernas...ONDE ESTÃO AS PERNAS?! 5, 4, 3, 2... Eis que aparece 1, que foi o equilibrio. E tudo que antes ela sentia, teve que ser engolido quando ele chegou. Mas como esconder que ele a "bagunçava" por dentro, sempre que aparecia?!
Tudo ficava parado - Isso quem dizia era a "apenas" menina. Quando ele dava aquele sorriso de canto de boca, misturando-se a um olhar cheio de mistérios e desenhos...Ah, todo o "resto" do mundo parava alí. Inclusive os carros da rua, os aviões que sobrevoavam os céus, os passáros que viajavam por entre as árvores que também tinham folhas congeladas naquela hora. E quando ele "cantava" algumas pequenas palavras raras? AH, aí quem parava era a "menina"( agora platônicamente enCANTADA ).
Mas, a razão sempre se metia no meio - e eu, narradora, particularmente, tenho visto que a razão anda meio louca, sei lá! Dá uns conselhos tão sem sentimentos! Isso pra mim sempre foi loucura! - não permitia que a menina fosse tão sincera quanto queria!
- OI! Desculpe estragar a sua rotina. Mas é que há tempos tenho lhe observado. Não gosto da maneira como passa por mim. Como se me visse, falasse comigo e não parasse. Aliás, você teria alguns tempos pra mim, moço? O vi passando esses dias. Foi um pouco distante da primeira vez, mas, quando vi, estava evitando estar longe de você. Meu coração tem se comportado como uma criança insistente. Todos os dias insistindo para que eu o procure, e se preciso for, que eu roube o seu mundo. Confesso que muitas vezes foi isso que quis. Mas a razão me disse: Você nem sabe se ele está aceitando visitas agora! E então, guardo tudo o que preciso dizer, e me silencio! Me escondo no escuro, para não lembrar de todas as cores que lembram o seu sorriso.
A menina continuou alí, parada em sua frente! Começando a se esquecer de como era sem graça não conseguir enxergar todas as cores em apenas uma pessoa.
- TTTTTTTT CHAU!
Todas as outras palavras se perderam. Assim como a menina, que sempre se perdia, se perdia...se perdia se encontrando dentro do brilho fosco de um coração que estava aparentemente tão cheio de mistérios!
A menina antes de sair... tinha a vontade de fazer o ultimo pedido!
- Encontre-me! Não estou longe. Talvez dentro de você! Quando encontrar-me... digo,quando encontrar-te ai dentro, e me encontrar também, por favor...me diga! Qualquer frase boba por aí, qualquer olhar cheio de intensões, qualquer sorriso que seja exclusivamente para mim, qualquer atenção a mais...
A menina foi ficando sem palavras!
Só pensou mais uma vez... PODERIAMOS ESTAR VIVENDO O TEMPO, QUE DEIXAMOS PASSAR, COMO SE FOSSE UM LIXO...
- Por favor, só não faça nada para esconder o que sentes. Seja eu dentro de você, ou seja que eu nunca estive!