quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Desejo-lhe sonhos!

Ás vezes nós precisamos de uns choques. Ter aquela tensão de querer e ter um muro te impedindo de chegar com sede ao pote. Sim. Seria muito monótono querer tudo e ter tudo. O pote estaria sempre cheio, e nunca veriamos aquele sorriso meio maroto que aparece na face do menino assim que consegue encher mais um pouco do pote.
O pote estaria cheio de monotonía, tédio, cinzas e cheio de vázio. Desejo-lhe sonhos, meu amigo. Sonhos de todos os tamanhos, espessuras e cores. Desejo-lhe mais. Desejo-lhe um pote pela metade. Um pote com sede. E muitos sonhos. Desejo-lhe um livro de sonhos e um empurrão. Empurrão sim! Oras! Sei que tu ficarias esmungando por horas, dizendo que os sonhos são "grandes demais pra você". Já conheço essa história. Conheço também, aquela em que você finge ir atrás dos sonhos, mas dentro de você, você já está pensando no discurso que vai dar á você mesmo pra dizer que não conseguiu.
Saber que existem tantas pessoas desconhecidas espalhadas pelo mundo, tantos lugares incríveis para serem conhecidos, tantas novas sensações para serem sentidas e aproveitadas, tantos sorrisos intensos para serem vividos e tantos amores para serem guardados não o faz querer voar? Não o faz querer sair por aí, correndo sem destino? Não o faz querer tanto o sonho, que o muro seria facilmente digerido?
Desejo-lhe a vontade de saborear os sonhos e deliciar-se com cada um deles.
E quando alcansá-los, desejo que prepare a pontinha dos dedos, arranque um pedacinho e guarde na caixinha dos sonhos. Isso é pra você nunca mais esquecer que és tú o "grande damais" para eles.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Chora, menina!

Chora com força, menina! Vê se chora logo essa solidão tão cruel que tem te enoitecido. Chora logo este silêncio mal feito, que ainda deixa passar o som dos teus soluços. Chora logo, menina! Abra as portas e as janelas. Deixe a claridade entrar aí e vá ser feliz. Pare de olhar o vento balançando as folhas pela janela e vá senti-lo também. Pare de se ver tão pequena. Pare de deixar que um mundo louco te faça ser monótona junto com ele. E se tens vontade de mastigar um pouco de nuvem, permita-se entrar nos sonhos. Tem feito isso pouco. E isso tem te feito muito mal.
Mas agora você me olha. Me olha com uma cara de quem passou o dia todo dormindo e não conseguiu sonhar. Me olha com uma cara de quem vai ver a noite dormir e acordar, para ver se as estrelas lhe despertam um pouco de calma. Me olha com uma cara de quem precisa de um ombro para encostar de leve, mas só encontra uma cama e uns ursinhos doados que não conseguem passar as mãos de leve sobre os seus cabelos bagunçados.
Chora com força, menina! Mas chore baixo, para não acordar os passarinhos. E chore seco, para não inundar a cidade.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Distancia das coisas inúteis.

Ultimamente tenho tentado deixar as coisas inúteis um pouco de lado. Percebi um dia, que eu andava dando mais importância ás pequenas coisas do dia que me tiravam do sério, do que naquelas coisas surpreendentes, gostosas e que realmente contribuiriam para o meu crescimento. Confesso que tenho dificuldades com isso. Tantos detalhes "errados" do dia que parecem que só aparecem para que você grite e se sinta mal logo em seguida. E parece até impossivel ficar simplesmente calada, sorrir e engolir a falsidade. Mas o meu plano tem sido parar, respirar e lembrar de tudo o que é bom.
Quem mente é quem vai ser o inútil da história. Quem é sinico é quem vai perder o tempo fingindo. Quem é falso é quem vai viver sempre pisando em falso.
E quando deixamos a raiva dominar o nosso "eu", estamos nos amargurando mais ainda.
Portanto, agradeço pelo amor que ganho e pelo que eu pude doar. Agradeço por ter sede e ter quem matá-la. Agradeço por existir um livro da vida. Agradeço por ser livre para escrever o que quero. Agradeço por um novo começo que se aproxima. Agradeço pela chuva de ontem. Agradeço por aquele beijo e aquele abraço apertado que ninguém substitui. Agradeço por cada detalhe que vale muito mais do que qualquer coisinha sem valor.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Caixinhas de surpresas, nós somos.

Nós somos como caixinhas de surpresas. Tudo o que somos não passa de surpresa aos nossos olhos materiais. Ninguém nunca saberá o que se passa lá no fundo do nosso "eu". Ninguém sabe se hoje é o nosso dia de festa, de choros, de sorrisos, de enterros ou de mudanças. Na realidade, é como se todos fossemos cegos. Cegos mesmo. Cegos quando desprezamos aquilo que realmente deve ser admirado e tentamos mirar com os nossos dois olhos um corpo, uma pele ou uma roupa que nada diz sobre um outro coração.
Nós nunca saberemos ler um coração, sem antes, lermos o nosso. Nós nunca conheceremos um coração, sem antes, fecharmos esses nossos olhos tão enganados e tão injustos, e olharmos um pouco além do que está tão óbvio.
Nós somos como caixinhas de surpresas e, mesmo que muitas vezes a gente se esbarre em espadas e em quinas que surgem de repente, a gente se surpreende dia e noite com coisas que queremos, pra sempre, manter guardadas e seguras dentro das nossas caixinhas.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Sempre o quis...

Pra falar a verdade, eu sempre o quis aqui. Sempre o quis pertinho e confortável perto de mim, ou -melhor dizendo- dentro de mim. Sempre o quis susurrando algo dentro da minha mente, que fizesse com que eu nunca te esquecesse. Sempre o quis com os abraços abertos e tão cheios de algo tão singelo e sincero, que só o que eu me permito querer é nunca fechar os meus. Sempre o quis fingindo ser imperfeito e tentando me convencer disso, mesmo quando você mesmo sabe que é perfeito pra mim e pouco me importa se não é pro resto do mundo. Sempre o quis aqui, fazendo com que eu sinta o meu coração. Mas antes, isso não passava de sonhos que vinham depois de uma tarde de filmes românticos, muito chocolate e pijama. Agora...Agora isso tem nome, querido coração.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Eu...

Eu, um coração cheio de saudade. Eu, um pedaço de estrela. Eu, um gosto de liberdade. Eu, um cheiro de chuva seguido de abraço apertado. Eu, um amor que cresce. Eu, dezembro que começa. Eu, planos em andamento. Eu, sonhos altos. Eu, paixão não enjoativa. Eu, intensidade. Eu, café forte. Eu, batom vermelho. Eu, chocolates infinitos. Eu, beijo molhado. Eu, nós.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Encontros, reencontros e desencontros.

Vez ou outra fico pensando na vida. Na verdade, quase sempre fico pensando na vida. Até mesmo quando penso que não estou pensando na vida. Respiro vida, durmo vida, sorrio vida, choro vida, beijo vida, abraço vida, converso vida e vivo vida.
Dia desses, em um desses momentos em que pensei vida, fiquei pensando nos encontros, reencontros e desencontros. Acontece que são tão unidas ou "des". É tão sensível a linha que separa os três.
Os corações se desconhecem, se esbarram, se olham de mansinho, se gostam e se encontram. Alguns se perdem em outros e se desencontram. Outros se desencontram e depois, mais amadurecidos, se reencontram. E tem aqueles que se encontram um dentro do outro e nunca mais se desencontram fora. E pra tudo isso acontecer, na maioria das vezes, é necessário um simples olhar acolhedor ou uma amarga palavra de despedida. É necessário um ato, as vezes até pequeno, que vai mudar o espetáculo inteiro. E o mistério é nunca sabermos a palavrinha mágica para encontrar o mágico e conseguir fazer com que ele nunca se desencontre de nós. Aí é pura sorte, acaso ou destino... Ou puro mistério.