quarta-feira, 26 de maio de 2010

Silencioso

Os sorrisos nunca lhe pareceram tão tristes. As vozes nunca lhe pareceram tão longes. O silêncio nunca lhe pareceu tão confortável. O céu nunca pareceu estar tão longe, quanto agora. E um dia, eu já pensei odiar o silêncio. E um dia, eu já tive medo de estar só. E um dia, eu já acreditei que quem sorria era feliz. E um dia, eu imaginei que todos os meus amores eram estrelas juntas no meio do céu. Mas agora elas me parecem tão distantes. E eu pareço tão apagada. Diferente delas, que mesmo longe, cegam meus olhos com tanto brilho.
Nada aconteceu. Os meus trilhos não foram quebrados. Minhas estradas não estão esburacadas. Estão coninuos. São continuos. Continuam com a mesma estrutura e com a mesma essência. Vem a necessidade de mudar os detalhes. Um móvel de lugar. Fazer uma parede criar asas. Desacelerar o ritmo dos motores que poluem o nosso mundo.
O mundo inteiro fica mudo. O mundo inteiro fica sem som. O mundo inteiro fica sem cor. O mundo inteiro é uma mentira. O mundo inteiro chora. O mundo inteiro dorme agora. Mas, e eu? Esse mundo também é meu. Eu deveria escolher o que fazer com ele. E tudo, continua sendo, a grande mentira.