sábado, 20 de novembro de 2010

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Sueños

Preciso lhe contar sobre o sonho, espelho. Não sei se se lembra, mas espero que entenda os nove minutos de atraso e que me perdoe. Depois daquela longa conversa em que nós dois percebemos o quanto somos parecidos, eu realmente senti que eu teria alguém que entenderia um pouco das minhas bagunças e que não faria questão de organizá-las, mas talvez de entendê-las um pouco mais. Como já deve saber, viajo bem longe nos pensamentos. Começo com os pequenos e quando percebo, eles já deram frutos enormes que me fazem perder a hora e o caminho de volta pro real. No caso, o meu caminho seria viajar, voltar pro real e ir sonhar, como o prometido. Me perdi um pouco na viagem e o resultado foi os nove minutos de atraso, que eu insisto em justificar aqui. Confesso que me culpei bastante por ter me atrasado pra sonhar. E espero que a tolerância do nosso castelo de sonhos, não seja apenas de cinco ou quatro minutos, mas que sempre possamos ter livre acesso para começarmos um novo sonho ou recomeçarmos os antigos. 
De longe eu avistei o tal castelo. Fui correndo, empolgada com o que via e cheia de expectativas. Acho que tinha vontade de sonhar logo, sonhar novo, sonhar alto e sonhar por dentro dentro. Quando cheguei um pouco mais perto, avistei três grandes portas. Todas elas tinham grandes placas que não diziam nada. Placas de silêncio e placas transparentes. O que queriam elas? Parece que as vezes os sonhos nos pedem que escutemos o silêncio tão bem e certamente ainda não aprendemos essa arte. Talvez por isso a escolha cega ao abrir alguma das portas. Resolvi abrir duas: a minha e a sua. E então, as três portas se abriram. E em cada uma delas eu avistei um estágio diferente. Na primeira, avistei lagartas no estágio de pupa. Pareciam quietas, mortas, preguiçosas e até assustadoras lá dentro. E quem escolheria sonhar com elas? Na segunda porta, avistei tais lagartas, fora de suas pupas e um tanto encolhidas. Agora elas que pareciam ter medo. Estavam extremamente diferentes de quando entraram em suas pupas. Foi quando abri a terceira porta e vi milhares de borboletas coloridas, movimentando suas asas e fazendo desenhos no ar, com uma delicadeza sem nome.
Não acharia outro ser tão semelhante ao nosso "eu". Em momentos tão encolhidos, em outros ainda um tanto agarrados ás bordas e quando pensamos que não, asas singelas e doces aparecem junto ao canto dos pássarinhos. Sonhei que éramos borboletas. Borboletas que sempre iniciavam um novo processo de "borboletagem"...

Ps: Dizem que as únicas cores que as borboletas enxergam é vermelho, verde e amarelo. Cuidado! Talvez os sonhos sejam mais reais do que parecem.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Chuva

Tarde da noite, chuva caindo sobre as ruas de uma cidade iluminada. Um frio tão forte que o casaco fino mal conseguia segurar. Nos postes, pequenos mosquitinhos que se aqueciam embaixo das luzes, dançavam sem sincronia em busca do melhor lugar. Os carros passavam jogando água nas calçadas e molhavam a moça que corria na chuva esperando chegar logo em sua pequena casa, que apesar de velha, era o único lugar aconchegante que podia imaginar. Lá do ladinho, estavam um cachorro e um gato, que a essa altura, já haviam esquecido suas desavenças e resolveram ajudar um ao outro, tentando entrar em equilibrio térmico. Uns outros, não tinham pra onde correr, e esperavam a chuva passar, embaixo de qualquer canto coberto. E enquanto isso tudo acontecia…A água ia se acumulando na superfície das ruas. Enquanto isso, alguém ia correndo no meio da chuva, sem medo…Com uma vontade imensa de viver. Ia tentando sentir o gosto das gotinhas da chuva que caía. Enquanto isso, com pressa…Alguém tentava viver tudo aquilo que ainda não viveu. Toda aquela água que caía do céu…Lhe dava uma vontade tão intensa de viver.


Ps.: Postado no "Mariposas Rojas" há 3 mêses atrás. Bom...Como estou postando pouco ( por falta de alguma coisa que eu ainda não descobri ), resolvi ir postando os meus "velhos escritos" que foram escritos em outros lugares fora do blog.
Ps².: Um beijo na testa e um abraço super apertado ^^

domingo, 14 de novembro de 2010

Sede

Sabe, eu quero respirar. Eu quero sentir o meu corpo trabalhando e o meu coração bombeando sangue para todo o resto de mim. Eu quero correr, correr, correr e encontrar um lugar pra descansar. Eu quero sentir a chuva batendo na minha pele e molhando todo o meu cabelo, sem me preocupar com os livros e com tudo o que é "alérgico" à água. Eu quero sorrir com alguém, sem parar. Mas, sorrir mesmo, sabe? Propriamente dizendo, eu quero dar gargalhadas altas, exageradas e gostosas com alguém. Eu quero um abração, longo. Mas, longo mesmo! Talvez um que compense todos os abraços que eu já quis receber e não recebi. Eu quero fazer tudo o que eu sempre quis. Eu quero viajar pelo mundo inteiro. Eu quero conhecer cada pedaço de mapa. Eu quero buscar a minha felicidade. Eu quero saltar de para-quedas. Eu quero ver alguém crescer. Eu quero aprender a dançar. Eu quero escrever um livro sem titulo. Eu quero assistir filme romântico em dia frio. Eu quero sentir que alguma coisa é de verdade. Eu quero respostas objetivas ás minhas perguntas. Eu quero ter menos dúvidas. Eu quero pular e gritar sem restrições. Eu quero viver. Eu quero plantar uma árvore em um lugar secreto. Eu quero casar antes de ter filhos. Eu quero ser importante pra alguém. Eu quero não mais terminar o que me faz bem, com medo de um dia me fazer mal. Eu quero fazer as continhas no final do dia e ver que os 86.400 segundos foram muito bem aproveitados e sentidos. Eu quero sentir profundamente o Senhor, no mais intimo de mim.
Eu tenho sede de tudo isso. Sede que não passa, e só tem aumentado. Sede... Sede mesmo.