terça-feira, 29 de junho de 2010

O retrato

" Um dos costumes da minha vida foi sempre concordar com a opinião provável do meu interlocutor, desde que a matéria não me agrava, aborrece ou impõe. " ( Capítulo 83; Dom Casmurro; Machado de Assis )

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Flor que se abrace.

Honestamente, nunca fui lá flor que se cheire. Não pelo veneno no perfume, ou pelos espinhos maldosos. Apenas pela não voz de seda, pelo não amaceamento dos pensamentos, para que cheguem como canções de ninar aos ouvidos dos amargos, e pelas atitudes contrárias ao que deveriam ser, em horas em que não deveriam ser. E, mais uma vez sendo honesta... Não quero mais ser flor que se cheire. Das vezes em que tentei, não me senti tão eu, quanto agora. Além de ter tomado um certo receio destas flores que se devem ser cheiradas. Cá trás uma impressão de omissão, de silêncio forçado e outrora, superlativamente falando, de um perfume mutável. Um perfume que, muda-se, de acordo com cada olfato. Talvez uma tática marota para que nenhum ser, reprove um perfume que deveria ser aprovado pelo mundo. E se não fosse... Ia lá outro ser, tornar-se uma flor que não se cheire.
Como entrei agora, no Jogo da Total Verdade...Gostaria de doar o segundo motivo, pelo qual não me esforçarei para ter tal certificado de flor: Não gosto de doar tal liberdade profunda. Que não me cheirem, oras! Se me conhecem a grossura, a acídez e o amargo, porque diabos me compram?! Me atirem a metros de distância, me atirem ao Japão de teu mundo...e confesso, é lá que ficarei. Talvez pela simples não vontade, de uma flor que não se cheire, de não contaminar as outras flores que guardas em seu precioso járdim. Só não te atrevas a cheirar demasiadamente as minhas pétalas, que esta, meu caro...Tem espinhos bem afiados no caule. Mais uma vez, tenho que repetir que os espinhos não são maldosos. Os espinhos são defesa. Assim como os escudos e artificios que sei que tens, nos momentos necessários. Os meus são os espinhos, e gostaria que estes não fossem vistos como vilões. Pois não são.
Não quero ser flor que se cheire, não. Eu quero ser flor que se beba, flor que se apaixona, flor que se quer por perto. Quero ser flor que se olha e se quer conhecer. Quero ser flor que se gosta, além das pétalas de um quase veludo. Quero ser flor que se descobre que existem folhas e espinhos por entre toda ela. Mas, enquanto não me presenteiam com os meus quereres, muitas vezes até um tanto utópico...Me contento fácilmente em ser apenas uma flor. Porque ser "apenas" uma flor, me atribui muitas qualidades e defeitos, que me tirariam o "eu", se fossem distribuídos de forma diferente, ou se simplesmente não fossem.
Como dizia Lispector: "Suponho que me entender não é uma questão de inteligência, e sim de sentir, de entrar em contato...Ou toca, ou não toca". Talvez inteligência seja óbvio demais. Previsível demais. A única função, nesse caso...É enganar quem pensa que a usa. "E sim de sentir...De entrar em contato". Oh, querida Lispector...Como isso é dificil. Como sentir é tão mais dificil que interpretar pela lógica, qualquer coisa. Alguns ainda pensam que não. E eu, honestamente, não consigo mais senti-los.

Ah, á propósito... Quero ser flor que se abrace e flor que se dê um beijo na testa.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Seria uma pobre, uma coitada.


E se ela estivesse em outro lugar, com outros personagens e em outra história, ela perderia todo o brilho no olhar e todas as possibilidades de sorriso. Sim! Os detalhes passariam a ser, no caso, os donos da história. E qualquer estrela fora do lugar, faria toda e total diferença em um céu, que daqui a pouco daria espaço a um Sol que nem sabe porque tem de sorrir o dia inteiro. E mesmo assim, sorri. Sorri porque se não sorrisse, a história não seria essa. E se houvesse um substituto para o Sol -como tentam fazer por aí em outras histórias,subtituindo os detalhes,acreditando que tudo nesse mundo é substituível- este não seria mais o Sol. Seria tudo, menos ele. O brilho não seria o mesmo, seus benefícios não seriam os mesmos e seus malefícios também. É tão dificil assim, vocês perceberem que nada de valiozo nesse mundo, é duplicado?! Eu me assustei pensando nisso. Porque eu tentei correr contra o meu sono e contra tudo o que gostaria de fazer, pra encontrar uma solução URGENTE para não perder o que pra mim, tem valores inomináveis. Mas depois, pensei no quanto tenho o privilégio de ter tais coisas, comigo. E então, me veio um dos sentimentos preferidos: O alívio.
É ilusão pensar que podemos substituir uma pessoa por outra, sem haver diferenças. É ilusão pensar que o substituto, é realmente equivalente ao que foi substituído. Porquê não é! E apesar de muitas vezes, algo fazer com que eu me sinta muito pouco no meio dessa imensidão do desconhecido...Algo me chama para cima e me diz:
"Menina! Você é insubstituível. Não existe nenhum outro ser como você nesse universo inteiro. Podem tentar substituí-la por qualquer semelhante, por qualquer coisa que julguem melhor...Mas você, IGUAL a você, nunca vai existir!". E aí sim. Aí sim eu começo a perceber a importância de uma única estrela, de uma única flor, de um único grão de areia ou de açucar. Aí sim, eu vejo que eu -alguém insubstituível e comum como qualquer outra- tenho o privilégio de viver uma vida também insubstituível, ao lado de pessoas insubstituíveis que me proporcionam momentos insubstituíveis.
Eu vou guardar. Eu vou guardar cada um desses, na caixinha mais bonita. Um lado azul e outro escuro. Desenharei uma Lua e um Sol. Colocarei essas estrelinhas dentro pra que elas se sintam em casa e nunca queiram se apagar. Darei nome a todas elas e quando preciso for, abraçarei todas com o coração. E a caixinha...A caixinha estará segura, em um lugar tão secreto, que não poderei aqui dizer. Não posso correr riscos. Não posso correr o risco de me roubarem aqueles que me roubaram o coração.
Agradeço aos seres insubstituíveis que moram dentro de mim. Me tornam sempre, um pouco mais insubstituível também.
E se ela estivesse em outro lugar, com outros personagens e em outra história, a história não seria mais dela... Ela que seria da história. E então...O que seria dela?


Ps: A foto é só pra mostrar que o dia de hoje é insubstituível e lindo. E que minha alma nem é tão verdadeiramente feliz, com qualquer coisa. E hoje, ela se manteve sorrindo...sem máscaras bobas e mal usadas. hoho. Tchau

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Podem esperar de mim.

“Não espere nada de ninguém” – diz o mundo
Sempre achei isso “ácido” demais. Como podemos fortalecer a base que segurará aquilo que nós mesmos construiremos se não a alimentarmos com expectativas e confiança? Eis que é nessa filosofia, que construímos muros no lugar de pontes. Eis que com esses pensamentos, que oferecemos espinhos no lugar de flores.
Não esperar nada de ninguém, é o mesmo que dar um grito potente, dizendo: “NÃO ESPEREM NADA DE MIM!”. E eu não quero que as pessoas não esperem nada de mim. Eu quero que elas saibam que eu não sou uma folha em branco e que eu tenho sim algo a oferecer pra quem espera o melhor nas minhas falas, no meu sorriso e na minha capacidade de viver a vida, abraçando tudo aquilo que me parecer tranqüilo e sereno. Por isso digo: “Eu sempre esperei muito dos outros”. Nossa! Cada palavra dessa frase apresenta um perigo profundo e quase incontrolável! Eu. Sempre. Esperei. Muito. Outros. Essa não é a dosagem certa do equilíbrio. Nunca foi. São palavras que nunca puderam ser escritas na mesma sentença, e por isso me desculpo. Desculpo-me pela agonia que provoquei nessas cinco palavras, em todas as vezes que enchi a boca para dizê-las, pensando que eu estava valorizando um pouco da essência daqueles que estiveram sempre com um lindo ramalhete de flores para me oferecer, quando eu estava quase secando e morrendo de sede, de uma vida falsamente vivida.
Mas é a verdade. Não posso jogar a verdade atrás do armário. Tenho que apresentar-lhes um pouco do que aprendi durante esses poucos/muitos anos em que tentei descobrir o que é vida, além do que um dicionário me diz.
E mais uma vez, declaro a minha guerra contra o quente e contra o frio. Diziam-me, há algum tempo, que se tivessem que definir a minha personalidade em apenas uma palavra, esta seria: INTENSIDADE. Apenas. E isso dizia muita coisa. O quente e o frio eram aí, dois pseudonimos que eram na verdade os meus dois estados de espírito. O morno era aquilo que nunca passava pela minha mente. Mas, ultimamente, o morno tem sido um grande e sábio amigo. Tenho isso em mente, apesar de saber que ele não combina nada com a intensidade que, de fato, seria o título do meu capitulo de vida.
O conselho seria então: Não espere TUDO dos outros. Isso diz o meu mais novo amigo, Morno.
O Quente sempre me disse o que eu quis ouvir. E confesso, foi o Quente que escutei a minha vida, até então, inteira. Talvez seja mais fácil ouvi-lo e concordar com tudo aquilo que ele diz. Talvez ele dê um tanto de autoconfiança, dizendo o que me fazia sentir, como se eu conhecesse muito bem aqueles em quem eu depositava toda a minha confiança e expectativas. MENTIRA! Eram apenas vultos de uma ilusão bem planejada. Era sempre eu, a pequena que balançava uma bandeira gigante, mostrando que acreditava nas promessas, que aqueles que prometiam, nem levavam a sério. E mesmo assim, me deixavam balançar a bandeira por dias e dias, até eu perceber o quanto eu havia sido idiota.
E muitas vezes, foi isso que aconteceu. Não apenas com pessoas, mas com a vida.
Sempre esperei demais dos projetos futuros, do presente e de tudo o que pra mim fosse novo. E de repente, mais uma vez, eu me via agindo como sempre agi, esperando muito. E isso fazia com que eu ficasse a vida (até então, inteira), esperando... Esperando... Esperando.
Mas agora sei. Espero dos outros, pra que eles possam esperar de mim. E não espero TUDO dos outros, pra que eles também não esperem tudo de mim. Sei o quanto é ruim criar nossas expectativas, em coisas que muitas vezes, não conseguem nos segurar.
Acontece que quando vemos que algumas pessoas não têm o que esperamos, nós nos decepcionamos como se aquela pessoa, levasse nas costas a culpa de serem o que são. E não. Não é assim. Ninguém tem a obrigação de ser aquilo que o nosso imaginário cria.
Perco as contas... De quantas pessoas passaram por mim, esperaram por mim... E viram que “mim”, não sou eu. Alguns do que perceberam isso, se foram, correndo! Com medo do que haviam acabado de descobrir. E outros... AHH... Outros estão aqui, convivendo com o inesperado. Convivendo com aquilo que lhes pegou de surpresa, exatamente... Por não terem esperado tudo. Esperar tudo e esperar nada, é monótono demais pra esse mundo...

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Imensidão que não cabe

É que nessa menina, minuscula e imperceptível, existe um coração que mal cabe em sua forma. Que mal consegue seguir o ritmo que lhe deram para pulsar. Existe um coração, cujo único sofrimento, é não poder sair por ai abraçando todas as cores que lhe atrair. Se desprender de um corpo, que nunca teve sentimentos e muitos menos reações. Se desprender de um corpo, que corre tanto pelos labirintos das incertezas e da falta de respiração, só pra chegar cansado no ponto de onde partiu.
É um coração imenso. Uma imensidão de defeitos e de falta de virtudes importantes para uma convivência sensata com outros corações. Mas, o coração dessa menina tem bondade, garanto! Tem horas quietinhas e bem silenciosas. Horas de sumiço e de inquietações. Tem as horas insanas e as horas com ausência de um humor risonho e escandaloso, aquele único que a maioria das pessoas um dia, pensaram ser o humor que prevalece na menina. Tem as horas dos gritos e das ironias. Tem os momentos molhados e de canto da vida...Aqueles em que se esconde no final de um enorme salão, em busca de uma solidão que nunca encontra, mas esperando vir alguém, para lhe dizer que existe sim um canto no mundo, que fora desenhado exclusivamente para ti.
É. Sem esconder a ácidez da minha voz e dos meus sentimentos...Sem esconder os dias em que prefiro uma escuridão nunca vista, e um sono profundo, para colocar a minha cabeça no travesseiro e só acordar quando as flores e as estrelas significarem "vida", pra mim. Sem esconder o meu "eu"...Digo: apesar do erros e dos humores mutáveis, o coração que em mim habita, sofre de uma mania: a verdade e a vontade de ajudar no batimento de outros corações.

" Então, minha querida Amélie. Você não tem ossos de vidro. Pode suportar os baques da vida. Se deixar passar essa chance, então, com o tempo, seu coração ficará tão seco e quebradiço quanto o meu esqueleto. Então...Vá em frente, pelo amor de Deus! "
( O Fabuloso destino de Amélie Poulain )

domingo, 6 de junho de 2010

O tempo...


Ás vezes me assusto quando penso no quanto o tempo é cruel. E digo agora: Se existe crueldade, seu rei é o tempo. Nunca confiei muito no ditadinho clichê onde se dizia que "o tempo cura tudo". E creio que quem o criou, foi alguém que o tempo conseguiu subornar, ou alguém, que não o conhecia de verdade. Eu, tampouco o conheço. Confesso que mesmo com todas as definições do dicionário, não sei ao certo diferenciar o presente, do futuro. Nem sei bem o que é passado. Agora, por exemplo...Esse texto já é passado e a 2 segundos atrás, seria o futuro. E quando ele foi presente? Ele foi presente agora, que o doei a todos que o quiserem ler.
De uma coisa tenho certeza: ninguém sabe o quanto o tempo é traiçoeiro. Ele não é o bonzinho que cura as feridas e nem o mocinho que te estende a mão por caridade. O tempo pode matar. Ele mata, sem você nem perceber que está perecendo. O tempo guarda coisas que não são esclarecidas, e quando vemos, está lá ele, ressucitando o sangue que já havia se secado. O tempo corre quando deveria parar...e para, quando deveria correr.
Ele não cura feridas e muito menos amores não correspondidos. Pura ilusão...E no meu vocabulário, pura MENTIRA. O tempo tortura. O tempo te faz ver o quanto tens afundado e desperdiçado cada SEGUNDO de uma vida curta. E por falar nisso...Curta! Curta cada segundo que o tempo te engole. Talvez assim, ele se torne o mocinho da minha história.
O rélogio tem me assustado mais que as atrocidades que vejo nos jornais. E o barulho latejante que vem mais forte quando a casa inteira dorme, tem me tirado o sono. As vezes é cortante pensar que todos os dias se vão 24 horas, e que nem todas essas horas são aproveitadas como eu gostaria. Que nem todas essas horas são aproveitadas como a minha imaginação gostaria.
Mas, nos ultimos dias, tenho sentido sabor nos meus minutos. Tenho os sentido. Não estou jogando-os em um copo sem fim e nem em um mar imenso que nunca conseguirei me afundar. Graças a algumas divindades, tenho guardado todo o tempo, em um coração maleável, indestrutível e vermelho. E aí sim...aí sim conseguimos extrair o lado bom do vilão. E aí vemos que o nosso tempo, agente chefia. Será que contar estrelas é mesmo perca de tempo, quando são elas a sua maior alegria? Sinta-se em um bom tempo, se é isso que te traz prazer e alegrias.
Se assustar com o rélogio é sinônimo de despertar. E esse é um bom susto.


Ps: Los Hermanos. Legião Urbana. Vento no rosto. Cantar alto. Por-do-sol. Lago lindo. Noite linda. Frio lindo. E uma gripe horrivel. Mas ela foi até esquecida com tanta coisa colorida. Obrigada aos céus, pela linda paisagem de hoje. E claro, descobri um lugar que motive qualquer sorriso a se abrir. Os sorrisos se multiplicam alí. E eles conseguem ser puramente verdadeiros.
Ps²: Essa foto tem significado pra mim. E ficou linda. E eu que tirei. HÁ.
Ps³: Eu estou dodói. D: Por isso, por favor, ajudem a Laís e peçam pro papai do céu me melhorar. OH. Odeio ficar gripada. A Laís se apaga. D: OH. Tchau personitas bonitas.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Eu esqueço

Eu esqueço o ponteiro das horas.
Eu esqueço a linha dos dias.
Eu esqueço as placas de distância.
Eu esqueço os indicadores de impossibilidades.

Eu esqueço as lágrimas escorridas.
Eu esqueço as falhas apodrecidas.
Eu esqueço os cortes e as mortes sem sentido.

Eu esqueço o que nunca quis lembrar.
Eu esqueço o frio que fez quando eu nem sabia como esquentar.
Eu esqueço o vázio cheio de medo e feridas amargas.

Eu esqueço o mesmo caminho percorrido, que ninguém me deixa abandonar.
Eu esqueço a vontade de estar sempre só, comigo mesma.

Eu esqueço que existe um mundo traiçoeiro.
Eu esqueço que tantas vezes ele nem é justo.
Eu esqueço o quanto esse mundo pode ser cruel, se quizer.

Quando me esqueço, é quando entro em outro.
É quando me sinto tão bem abraçada e acolhida, por um mundo que nem tem isso como obrigação.
E confesso: é um mundo de paz, de flores e nuvens branquinhas.
É um mundo doce e puro. Que carrega a verdade na palma das mãos.
É um mundo que me faz esquecer tudo.
É um mundo que me faz descobrir, que ainda existem coisas sinceras em que posso acreditar.

Eu não esqueço a saudade de agora.
E nem a alma sorridente que me fez carregar.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Sumir.

Estou viajando. Estou viajando no meu "eu" desconhecido, ou no seu. Estou viajando na minha vontade imensa do sumiço. Estou viajando no meio do céu que só hoje eu parei pra enxergar, e ainda não enxerguei de verdade (eu nem sabia que as estrelas se "mechiam").
Eu quero viajar no silêncio. Eu quero viajar na solidão. Eu quero entender a minha sombra e as minhas vontades. Eu quero parar de apenas querer. Eu quero parar de escrever palavras que não passam de quereres sem ações. Eu quero parar de esconder tão bem as minhas rachaduras, dos outros seres. Eu quero não tentar escondê-las de mim mesma, porque tenho feito isso mal. Muito mal. E me sinto totalmente quebrada, quando me pego escondendo essas coisas de mim.
Eu queria escrever sobre os sorrisos e sobre o friozinho aconchegante de hoje de manhã. Isso esteve nos meus planos. Mas não pude. Os sorrisos aos avessos e a vontade de desmaios falaram mais alto.
Aliás...Eu vou viajar. Eu vou sumir. Talvez por alguma horas ou por um dia. Talvez amanhã ou hoje mesmo. Vou me desligar. Vou aproveitar pra respirar, pra prestar atenção nos miados dos gatos que eu apenas sei que são miados, pra notar todas as pessoas que passam por mim e que eu encaro como se fossem robôs. E pra falar a verdade...Pouco me importa se amanhã eu vou perder o número do bilhetinho premiado ou qualquer coisa do tipo se eu não entrar na minha rotina. Desde agora, ela foi quebrada.

ps: Talvez isso seja ficção, caro leitor. Ou talvez eu esteja me escondendo de mim mais uma vez. Já não sei mais.
ps²: Juro que apesar de toda a água e do silêncio profundo, a noite fora bela. Fora um capitulo importante de mim. E claro, fora tão silêncioso, que ninguém viu.