quarta-feira, 2 de março de 2011

Ela

Ela acorda com todas as forças se despertando dentro dela. Todas como se fossem bombas prontas para explodirem, levando-a até o ponto mais alto e tranquilo que ela avistar. E todo aquele clima onírico parecia tão desafiador, que as forças se multiplicavam mais e mais. Como se começasse a fazer reservas de forças para viver os sonhos e não falhar na metade deles. Pra ser direta, ela já havia testemunhado muitos casos de sonhos "quase vivídos" e a última coisa que queria, era ser uma dessas testemunhas. Sempre foi de fazer planos e mais planos, criar expectativas e entrar nos sonhos por completo, mesmo acordada.
Mas acontece que ela precisa aprender a viver o hoje. Precisa aprender a digerir os sonhos com mais sensatez. Se o problema geral do mundo é não sonhar e achar os sonhos grandes demais pra ele, o dela é sonhar demais, se achar tão grande quanto os sonhos e querer abocanhá-los de uma só vez, sem dar tempo algum para o sonho se preparar para ser vivído e nunca mais ter sido apenas um sonho.
Ela descobriu a má relação que tem com o tempo. Descobriu a má relação que tem com essas regras de pode e não pode. Descobriu a má relação que tem com o que não é preenchido com uma gama de sentimentos e sensações. Descobriu a má relação que tem com as coisas que realmente não lhe agradam. Descobriu a má relação que tem com a frase: Você ainda não pode ser assim. Porque ela simplesmente pode.
Mas ela se vê, dentro de si, buscando controlar os próprios espinhos e pétalas. Tentando não misturar os próprios perfumes. Tentando viver um sonho de cada vez. Buscando o descobrimento de tudo aquilo que ela pensa conhecer.