sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Sobre o amor/1

Adormeceu. Já não havia mais sentido para ficar tão acordada. Tão fixada naqueles olhos e naqueles braços tão aconchegantes. Correu e deitou-se ali. Deitou-se no abraço cor de mel com gosto de vermelho. E percebeu que já estava trocando tudo. Na verdade, só queria entrar em sintonia. Tocar no amor e sonhar por horas, sem interrupções. Sim, tocar no amor. Foi exatamente isso que eu disse. Ao longo de toda a nossa vida, sempre existem milhões de pessoas que insistem em dizer que o amor é abstrato, que não se explica, que não isso e não aquilo. Mas ela podia sim tocar o amor. E quando teve essa descoberta, quis adormecer nos braços do amor. Eram braços confortáveis, que faziam com que ela esquecesse tudo o que não derivasse do amor. Foi descobrindo o amor aos poucos. Foi deixando aquela proibição de explicar o amor de lado. O amor era engraçado, paciente, seguro, tranquilo, agradável, amigo, alto, olhos castanhos, forte e com um coração gigante. O amor era de carne e osso. Foi quando percebeu que existem mais de 6 bilhões de amores. Nenhum igual ao outro. Mas a gente pode tocar em cada um deles, com ternura, afeto e todo aquele sentimentalismo importante e nada bobo. O que não pode ser descrito no amor é o tamanho, é o limite, é a dimensão. Porque isso não existe pra ele.