quinta-feira, 29 de abril de 2010

A donzela



A donzela não tem se sentido bem no meio das outras. Talvez seja a fase da sala de espelhos, onde apenas os reflexos importam, e nada mais. Ou apenas o humor mutável, que agora tem gritado por um pouco de silêncio e de paz. E esses cochichos sempre fizeram mais mal à donzela, do que os próprios gritos e berros. E ninguém nunca entenderá isso, da forma como a donzela queria falar. Por falar em entender, a donzela também nunca pediu pra que a entendessem. Sempre deixou claro como nuvem, que ninguém tinha por obrigação, entendê-la. Mas, consequentemente, ninguém tem por direito, opinar sobre a sua vida monótona e sózinha, querer mudar a sua maneira tão rara de sorrir de verdade ou querer influênciar na maneira particular de ver a vida.
Aliás, gostaria de deixar claro, que a donzela tem uma capacidade incrivel de conseguir voar com as próprias asas. Ela sempre fora independente o suficiente, para ter o seu orgulho de não querer pedir nada a nenhum outro coração e cabeça. Mas sempre precisou de demonstrações de afeto e de abraços continuos. A donzela chorava como adulta quando era criança. Mas fazia tanta gente sorrir, quando pintava a sua inocência em suas palavras erradas. A donzela corria atrás de borboletas, porque acreditava que se juntasse várias por alguns dias, conseguiria voar, ainda melhor que uma única borboleta. A donzela acreditava que as flores laranjadas, eram suas amigas. E eram. Quando todos saíam por aí, pelas estradas da vida que agente desenha...A donzela, silenciosamente, colocava seu vestidinho rodado, amarelo e com um desenho simples de sorvete, e ia atrás das flores laranjadas. Ela se sentia tão completa no meio de tantos pontinhos laranjas. Chegava a imaginar o que elas conversavam entre si, e a angustia quando ela tinha que se despedir. A donzela sempre imaginou que as pessoas que amam as outras, deveriam ficar tristes quando chegava a hora da despedida. E era assim. As flores choravam caladas, e a donzela também. E no outro dia, começavam as novas conversas com as flores. E a alegria estava completa quando, sutilmente, uma borboleta se debruçava, em um movimento puro e singelo, encima das pétalas que a donzela tanto admirava.
A donzela tem se sentido longe das flores. Tem se sentido alheia ao mundos de todas essas flores. A donzela não quer continuar sendo tão doce, com flores que parecem não gostar tanto de doce. Umas pitadas de sal, mudariam a donzela. A donzela pode ser tão fria, se provocada. Mas, é a ultima coisa que deseja ser. Provocada.
Reciprocidade nos doces. Reciprocidade nas pétalas. Reciprocidade nos olhares.
A donzela precisa ser raptada. Raptada por um dia. Por um único dia, perder tudo. Perder tudo que todos acham tão importante...Mas que para a donzela, não passam de pequenos detalhes descoloridos.
A donzela existe! E as flores também.
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Ps: Respondendo ao comentário do Ronaldo... Oi Ronaldo x) Sou eu sim que escrevo todos os textos e poemas daqui do blog ^^ Muito obrigada pelo comentário aqui. É verdade. Não digo que seja o que desejamos "possuir"...Mas, o que desejamos que esteja sempre com a gente e participe da nossa vida, nos inspira. Até mesmo as coisas que nunca desejáriamos possuir, acaba influenciando nas coisas que escrevemos. ^^ Como achou esse blog bobo? x) Um beijo.

5 comentários:

Gaby Avelar disse...

Será que a donzela gostaria de arrumar um cavalheiro? Se é que já não arrumou... Mas, acho ainda que a donzela quer mesmo é um cavalheiro que exista. E que seja como ela. Real. Que queira, de vez em quando, desejar o silêncio e o desacostumar-se das gentes que passam para lá e para cá e que, nem sempre, desejam ser reais...
Mas, a bruxa má precisa existir também... E dizer que a vida é povoada de gente que não existe. São fantasmas de si mesmas. Sim, porque muitas já morreram em si e nem mesmo se dão conta disto.
Mas, um recado da fada à donzela:
Na vida ainda encontramos gente que existe mas parece que não existe. E que esperam que entremos no casulo e nos transformemos em borboletas. Esperam porque conhecem a beleza delas. E sabem que um dia morrerão para serem lagartas e virarem novamente borboletas.
Donzelas um dia foram crianças. E hoje são mulheres.
E, acredite: Acharão seu cavalheiro. E quando acham, a fada diz, é tão bom...
Aliás, maravilhoso ler seus textos. Desculpe, eu passei a lhe seguir sem mesmo antes de conhecer sua alma. Mas, agora que conheço um pouco do "Pélago" que é você, admiro muito seu coração.
Enfim, depois de uma semana de cão que me fez, definitivamente, procurar outros caminhos diversos ao magistério, eu quero dizer que são pessoinhas como você que me farão jamais esquecer a experiência de ser professora. Eu sei que é por causa de muito poucos que meu trabalho vale um pouco a pena.
Beijo grande... Acompanharei você por seus caminhos!!!
Parabéns!!!

Ronaldo disse...

oi, donzela. :P
... De bobo este blog nada tem, aliás, seus textos são cativantes e originais; A forma como escreve transparece uma certa verdade, uma doçura, talvez a doçura q algumas flores parecem não gostar, isto me chamou a atenção.
Sem ficar rasgando seda, contudo realmente gostei.
Mas... achei seu Blog pesquisando sobre uma bandinha japonesa com o nome de BAISER. bem "tosca" na verdade. rs >
mas não me pergunte onde exatamente, não lembro. foi em
algum link entre tantos que cliquei. =)

Vi q é de Brasilia... eu tb.
flw

putz disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ed disse...

Tenha certeza que sempre estarei por aqui...
Beeeijos linda! sdds ;/

Lais Stefâni disse...

Oi Ronaldo, rs
Obrigada pelo "cativantes e originais" u_u Ah, que bom que gostou. Fico muito feliz por saber que os textos conseguem passar um pouquinho da verdade que eu tento passar.
Ah é?! Nossa. rs Que coincidência então. "Baiser". Deve ser legal a banda, pelo nome. rs Baisers são agradáveis. Banda japonesa com nome francês. Que legal. rs
Você também é de Brasilia? :O De onde, especificamente?

Beijo