Chamaram-lhe pelo nome. Havia uma certa urgência nos mais diferentes tons de gritos e logo foi pensando em um jeito de manter-se calma. Pra falar a verdade, ela não conseguiu. A vida um dia, havia feito com que ela acreditasse que só existiam gritos de pânico. E aparentemente, a reação mais sensata, era entrar em pânico junto com os tais gritos. Ela era assim, até então. Sempre esperava uma dor, por trás de um sorriso. E quanto mais alto fosse o sorriso, mais tentava se preparar para o que estava por vir. Mas por favor, não a julguem por esses atos passados. Ela nunca escolheu ter que cair dos sonhos e sempre começar tudo de novo. Mas era fato que quanto mais escalava os galhos da árvore dos seus sonhos, mais longe ele ficava. E aí, ela se esticava todinha, tentando pegar o fruto que parecia não querer ser colhido. E quando ela pegava o fruto - opa - ia ela, batendo a cabeça em todos os galhos da árvore, até cair no chão novamente.
Mas repito: Chamaram-lhe pelo primeiro e pelo segundo nome. E ela nunca havia se sentido tão importante na vida. Sentia, como se sentisse uma música pura e tranquila, todos os tons de voz e toda a doçura de todos que a chamavam. Saiu correndo, sem saber o que fazer. E ouviu lá no fundo alguém que dizia: "Por favor, não se esqueça do balde, da agulha e das linhas cor de pele! Por favor, corra!". Preferiu não desobedecer. Pegou as coisas e foi correndo pra rua. Quando viu aquele aglomerado de gente esperando por ela, só por ela, mal soube o que pensar e por isso, não pensou. Todos foram abrindo o caminho para que ela pudesse passar, até que chegou ao centro da roda. Foi quando viu algo semelhante a um espelho, lá no meio. Não era possivel ser ela mesma lá na frente, abraçando um coração que se pudesse, passaria a eternidade admirando. Mas era. Era ela! E um senhor chegou de mansinho e disse: "A senhora havia perdido as chaves?!". Ela, confusa, respondeu-lhe:" Quais chaves, senhor?". Ele: "As suas chaves. As chaves que trancaram as portas e as janelas que, todos os dias, os sonhos, as esperanças, o amor, os sorrisos e a felicidade tentavam entrar. Mas agora não importa! Não precisamos de chave. Vamos costurá-los em você."
Pegaram-na pelos braços, e cuidadosamente, fizeram um pequeno corte perto do peito. Encontraram ali, um coração todo assustado, e colocaram logo todos os sentimentos que faltavam. Não colocaram pitadas de nada. Colocaram muitas pitadas de cada sentimento bom. E costuraram todos ali, sem que tivessem saída. Para isso servia a agulha e a linha cor de pele. Descobriu o grito de felicidade e anda sorrindo, de dentro pra fora. E até vê que cair dos sonhos, fez com que fosse adquirindo prática pra colher os frutos na hora certa, quando estivesse realmente preparada para comê-los.
Dois menininhos quebraram o silêncio e perguntaram, com voz suave de criança: E o balde?! Pra que era mesmo o balde?
Incrivelmente, a moça já sabia o que fazer com o balde. Se sentia tão feliz e tão completa, que precisava dividir essa felicidade com o mundo. Ia deixando transbordar alegria, pra quem quisesse tomar o mesmo banho que ela.
Ps: Ontem fez um ano de blog *-* E nem consigo dizer o quanto me faz bem escrever.
Ps²: Eu acho que não sei mais como é ir pra escola. Alguém pode fazer o favor de me ensinar?! rs
Ps³: É isso. Vou ir estudar algumas coisas antes de ir pro inglês. Baisers e fiquem com Deus.
2 comentários:
Feliz aniversário de 1 ano de blog.
Yuul!
õ/
êÊÊÊÊ! Obrigada :)
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