sexta-feira, 27 de novembro de 2009

SEM TÍTULO.

Eu entendo. Entendo que é impossivel viver e não ter dias em que tudo é um buraco negro, um furacão ou até mesmo, um vulcão do qual você não tem nenhum tipo de controle. Como se soubessemos que algo nos puxa, mas não tivessemos nenhum tipo de força para correr para o sentido oposto. E então, um vázio nos cerca. Como sentir tudo, e ao mesmo tempo não sentir nada? É como estar de olhos abertos e enxergar apenas vultos, ou como ter ouvidos 'saudáveis' e escutar apenas susurros. É como ter coração e simplesmente não sentir!
E de repente, as forças somem. Os problemas aparecem. As soluções não existem. E todos aqueles que prometeram sempre estar contigo, desaparecem na primeira oportunidade boba e estúpida que a vida nos joga. E então vemos o quanto sempre andamos sózinhos, com falsos apoios.
Ninguém pode ver através dos meus olhos ou do meu rosto. Ninguém pode ver aquilo que existe dentro de mim, e que não tem nenhuma semelhança com o espelho. Ninguém pode ver o quanto eu tenho coisas úteis pra falar, pra gritar, pra escrever...ou o quanto as vezes, eu tenho uma enorme vontade de apenas poder ficar calada, de apenas não ter que sorrir, de apenas não ter que ser quem não quero. Ninguém pode, ou ninguém se atreve. E insistem em me fazer ter ânsias de lágrimas secas, por ver que o mundo inteiro vive do que se pode ser visto, apenas. E aparece a revolta, um repugno, uma vontade de crescer e mostrar que as coisas poderiam ser mais bonitas se soubessemos o que é isso. E insistem em me fazer não ter vontade de olhar pra mais ninguém. Me fazem querer a solidão. Preferir o silêncio. O deserto. O longe.
Estou vázia. Me sinto assim. E ando percebendo que nem sempre o vázio tem que ser inútil ou descartável. Talvez o sentir-se nada, seja necessário. Talvez não. Talvez seja a minha maneira de ver que as coisas não estão certas. Sentir o vento bater, e ver que ele só consegue tocar o que eu não levarei para lugar algum. Sentir as coisas passarem, e pensar que não estou fazendo nada para todas as coisas que serão tudo o que já fui. Sentir que perco horas da minha vida, me aborrecendo com coisas utópicas que ninguém jamais entenderia. Me aborrecendo com o fato de não conseguir mostrar o quanto eu não sou nada do que as pessoas enxergam. Me aborrecendo em nem sempre poder conhecer o lado das pessoas, que realmente me interessa. Me aborrecendo comigo mesma. Por muitas vezes, fugir das minhas regras mal feitas, e acabar sendo quem não quero ser. Ou por deixar que entrem na minha vida, quando nem eu estou nela.
Não quero me sentir cheia! Pela primeira vez eu exigo um meio termo. Pela primeira vez fico satisfeita com o morno, com o médio e com o que está ENTRE o 8 e o 80.
Se um céu cheio de estrelas, uma lua cheia e gotas caindo não estão sendo lindos pra mim... o que eu posso esperar do resto ?
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