Alguns passavam, viam a moça no chão e riam, mesmo que sem mostrar os sorrisos. Outros lamentavam, mesmo que não fizessem nada para ajudá-la. Outros tentavam oferecer a mão para que ela levantasse, mas a moça, no fundo, parecia querer continuar ali, aos pedaços.
Ninguém parecia entender. Como uma moça pode ser tão boba? Não lhe deram esperteza em algum momento da vida? Não ter vontade de levantar-se e de tornar-se novamente inteira parecia insano a alguns olhos.
Pobres! A moça se via ali, não caída, mas deitada, descansando da queda. Estudando minuciosamente o encaixe de cada caquinho.
Colou os cacos, se fez inteira e em sua segunda queda foi ao chão, mas logo se levantou e pensou: Ufa, dessa vez continuei inteira! Quebrar-se é necessário, mesmo que doa. Mesmo que recompor-se exija força de vontade. Só assim a moça se fez forte, só assim a moça, na segunda queda, aprendeu a cair sem quebrar-se." (Laís S. M)